Recado aos alagoanos

REGATIANO, AZULINO, ALVINEGRO, ou torcedor de qualquer outro time das Alagoas, valorize o futebol da sua terra! VOCÊ TEM TIME PRA TORCER!

sábado, 18 de setembro de 2010

Uns de mais, outros de menos

Força do amadorismo ou da vaidade (“ou”, aí, bem entendido, podendo significar um ou outro, ou ambos), o fato é que, no CRB, ou se fala nada, ou se fala mais do que deveria. Ou o que não deveria. O que dá no mesmo, porque quando se fala o que não se deve falar está-se falando demais.

Até por não falar (quase) nunca — o “quase” foi posto apenas pra não ser injusto, já que falou (umas duas ou três vezes, mas falou!) —, o silêncio do Presidente faz-nos concluir que sempre há algo que mereça a palavra da presidência do clube, o que nem sempre é correto, mas que na imensa maioria das vezes o é.

O silêncio às vezes também se instala pela só ausência física de onde deve fazer-se presente. Exemplo: soube que o Presidente do clube estava numa reunião promovida pela Liga do Nordeste, em outro estado, durante alguns dias desta semana. Ora, considerando-se o momento crucial que vive o Galo, seu presidente não poderia fazer-se da Pajuçara ausente (a rima, claro, foi involuntária). Seria tão mais fácil mandar algum Vice... Mas de longe os problemas (inúmeros) são menos repercutidos em que longe está.

Falando em Vice — já que o tema é a fala exagerada, ou seu oposto (o silêncio incômodo) —, soube, ainda no início desta semana e após o desastroso jogo do Galo contra o desconhecido Salgueiro, do interior de Pernambuco, que o Vice-Presidente de Futebol avisara aos torcedores do Regatas (sim, porque para dizê-lo ao seu Presidente, que é a quem única e realmente caberia avisar, não precisaria ir à imprensa) que iria deixar o posto (para o qual fora recentemente nomeado) após o próximo jogo do CRB, amanhã, contra o ABC. Tem-se, aí, exemplo perfeito de que não é preciso falar-se pouco para falar-se demais. O discurso foi indevida e inoportunamente publicizado e emocionalmente desestabilizador (à torcida e aos jogadores). Uma pena.

No CSA dá-se o oposto. Fala demais a presidência do Azulão, e em toda e qualquer situação (novamente involuntária a rima, como não?). Fala em rádio e TV. Em programa de esporte, em discursos de palanque e até em programa eleitoral gratuito. Certamente a fala (demais) seja porque demais é também o amor devotado ao time do Mutange. É, pode ser. Não, claro que não; não tem nada a ver (só) com eleição.
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* Também postado no sítio www.futnet.com.br

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A hora é agora

Pode ser que não dê certo. Mas não terá sido por falta de bons propósitos, de dedicação (de uns mais, outros menos, e também conforme a época), de tentativa de acertar, de abnegação. Talvez não dê certo por amadorismo. É,... talvez. Mas não terá sido justo. Estou convicto de que não terá. Também por isto acredito que dê.

Pus (e ainda ponho) muita fé nos bons resultados que podem ser obtidos pelo CRB na gestão dessa atual diretoria. Não fé cega. Mas naquela que se baseia principalmente na análise do elenco do clube e na seriedade com que o trabalho vem sendo realizado por seus diretores (em sua grande maioria), independentemente dos erros de gestão (alguns graves) cometidos. Seriedade e dedicação podem coexistir com amadorismo. E os erros, estes o foram por amadorismo ou por vaidade ou por incompetência mesmo (esta ligada, às vezes, àquele). Mas a essência do trabalho realizado pelo clube na gestão Serafim foi de incontestável abnegação e concordante honestidade. Honestidade é sempre aparente, é verdade, mas não ouvi ou li uma só denúncia de beneficiamento próprio em detrimento do CRB por parte de algum membro da diretoria, donde continuo com essa compreensão. De outra parte, apesar de obrigação, tenho de convir que honestidade no meio futebolístico, pelo que se ouve, não é produto farto, donde há de ser exaltada.

O torcedor do Galo está ressabiado. Persiste traumatizado pela queda da Série B; não conseguiu ainda aceitá-la. Grande parte teima em não se conscientizar de que o futuro do CRB é exatamente o seu presente, na medida em que aquele não será construído se este não for plenamente vivido. E o futuro está bem ali. O futuro está no domingo (05/09), contra o Alecrim, como esteve no último jogo, quando venceu o Campinense na casa do adversário. O futuro está dentro de campo, quando o time enfrentará seu concorrente direto, e estará nas arquibancadas e cadeiras do Trapichão. É preciso voltar a acreditar no CRB. É preciso superar o trauma. Este é justificadíssimo: não é fácil ir ao purgatório tendo estado no céu por quinze anos ininterruptos (e a Série B é o céu, ao menos para times de sua condição financeira). Mas há de ter fim. E este haverá de se dar, e na atual gestão.

Seu presidente, aquele homem renitente e invariavelmente calado, às vezes sem a postura briguenta e altiva que dele se espera, tem de sobra, entretanto, algo que não pode faltar a um dirigente de futebol: o amor incondicional ao clube que dirige. A torcida queria um torcedor. Queria um homem que pelo sentimento se assemelhasse a ela. Aclamou-o! Depositou nele suas esperanças. E não lhe faltou dedicação para corresponder a esse apelo. Tem defeitos como tal, não se há de negar. Mas tem capacidade administrativa. Procurou estar ao lado de quem poderia ajudá-lo. Uns conseguiram mais, outros menos. Mas jamais ouvi dele, ou de algum seu auxiliar de confiança, uma palavra de desabono em relação ao Galo ou a qualquer de seus colaboradores. O CRB, em suma, sempre teve do Presidente o respeito que somente os que amam podem dar.

Minha palavra — dita propositadamente hoje, na incerteza ainda do amanhã — tem o sentido de tentar ser justo com a atual diretoria, não negando seus muitos erros, mas também registrando seus muitos acertos, que por isto mesmo precisam ser coroados com a subida à Série B. Tem o sentido, também, de lembrar aos regatianos apaixonados que, independentemente dos erros cometidos, a prática que se vem tentando lá implantar é aquela desejada pela maioria da torcida alvirrubra: aquela que prima por tentar dar um futuro, é (!), um futuro ao CRB. Um futuro que apesar dos quinze anos de Série B não lograram, os que o dirigiram antes — por razões justificáveis ou imperdoáveis, conforme o caso —, conferir.

Pode ser que não dê certo. É,... pode ser. Mas a hora de ajudar a fazer a hora é, exatamente, agora.
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*Também postada no sítio www.futnet.com.br
*Foto: www.fotosearch.com.br