Recado aos alagoanos

REGATIANO, AZULINO, ALVINEGRO, ou torcedor de qualquer outro time das Alagoas, valorize o futebol da sua terra! VOCÊ TEM TIME PRA TORCER!

terça-feira, 26 de julho de 2011

Covarde

*P/publicação também no jornal Gazeta de Alagoas e na revista O Drible

http://paz-ummundomelhor.blogspot.com
“Jogo não é lugar pra mulher.” “Vai pra casa, mulher.” “Olha o que eu tenho aqui pra você”, e pegava nas partes, que, fosse por minha vontade, seriam extirpadas pra’quele animal nunca mais ter onde pegar.  Gol do CSA, aos 46 minutos do segundo tempo. O quadrúpede quase caía por cima dela, que estava com sua família ― duas filhas adolescentes, e um filho com a namorada, mais afastado, já contando uns 18 anos, de quem a mãe, com receio de algo pior, mantinha ignorante do que estava acontecendo ―, e agitava a camisa (acertando o rosto de uma das garotas), momento em que ela decidiu ir embora, sem chamar a atenção do filho (para quem ela estava indo porque o jogo estava praticamente encerrado).

Aconteceu no último CRB x CSA, quando este, com a vitória alcançada nos minutos finais, logrou manter-se na 1ª divisão do alagoano. Era pra ser só uma festa para os azulinos (que comemorariam a permanência na elite) e tristeza para os regatianos (que pretendiam mandar novamente o rival à segundona, sem sucesso). Era pra ser só coisas do futebol. Mas lá, nas cadeiras do “Rei Pelé”, havia um imbecil, um criminoso, um sujeito que indiscutivelmente nutria um ódio doentio pelas mulheres, e que, dando azo à sua canalhice e covardia resolveu divertir-se desrespeitando uma jovem senhora e mãe, apenas porque desacompanhada de um homem adulto.

Não foi nas arquibancadas altas, nem nas baixas. Tampouco no meio das torcidas Comando Alvirrubro ou Mancha Azul, maiores torcidas de CRB e CSA, respectivamente, e principal alvo dos responsáveis pela segurança no estádio. Ocorreu nas cadeiras. Nas cadeiras!

A jovem mãe é nossa amiga, e regatiana de ir a todos os jogos. Ela explicou-nos, dias depois, o porquê de ter ido assistir ao CRB 1 x 0 Fortaleza nas arquibancadas, próximo à Comando (aliás, adorou e assegurou-me que doravante somente iria pra lá), e não nas cadeiras, como havíamos combinado e fomos. Confesso que meu estômago embrulhou com a história.

A propósito, alô PM, alô meus caros amigos do MP, drs. Max e Denise! As cadeiras devem ser divididas: um lado para os regatianos, outro para os azulinos. E a torcida visitante não pode ficar tão próxima às cadeiras (menos ainda em cima de parte das do 1º piso). A probabilidade de conflito existe e é potencial. Já tive problemas com um torcedor rival que queria porque queria sentar-se na cadeira em que meu filho se encontrava até minutos antes de ir ao banheiro. Deu-me trabalho “convencê-lo” a sair.

Ei, covarde que odeia mulher! Um dia você terá menos sorte.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Junho terrível

Neste mês, três fatos negativos ao futebol alagoano (pra variar um pouco) chamaram-me à atenção.

O primeiro, por ordem estabelecida aleatoriamente pela minha memória, foi (é, ainda quando escrevo) a insistência da direção do CSA em participar da segundona alagoana, apoiada em convite que teria sido realizado pela Federação do nosso já tão gozado estado. Valha-me, Deus! Será que a torcida azulina, já tão imerecidamente sofrida pelos três anos recentes em que experimentou a vexatória e humilhante sensação de ver seu quase centenário time disputar a 2º divisão do alagoano, merece mais essa?

Não tive a oportunidade, nem a disposição (confesso), de debruçar-me sobre os aspectos jurídicos que regulam a hipótese perseguida — há amparo jurídico à inusitada iniciativa? —, mas os argumentos divulgados pela imprensa falada (divulgados, não necessariamente defendidos) não resistem a mais superficial análise que se faça, além do vexame a que mais uma vez será submetido o azulão do mutange (e seus torcedores) acaso vingue a infeliz ideia.

Ora, para movimentar os jogadores não se faz minimamente necessário que se os ponha para disputar campeonato da 2ª. Divisão, com todo o respeito aos clubes que lá atuam. Tampouco se pode esperar, por mais ingenuidade(­?) que se possa ter, que a torcida azulina vá prestigiar um jogo sequer. Muito menos se pode comparar a situação do CSA com a de Palmeiras, ABC ou América/RN — que, dizem, participariam em seus respectivos estados, com a versão B de cada um (Palmeiras-B, etc.). Que eu saiba, nenhum dos três jamais passou pelo trauma de disputar o campeonato paulista ou potiguar da 2ª. divisão, diferentemente do CSA, que inclusive acabou de se safar, pelo “pau do canto”, de ir, dessa feita com todo o amparo jurídico, disputar mais uma vez a segundona. Francamente, uma tremenda falta de respeito com sua torcida e, principalmente, com o maltratado clube.

O segundo foi a discussão ao vivo, em alto e audível som, entre o presidente do mesmo CSA e um radialista da capital. E lá se vai o CSA, coitado, protagonizar mais um vexame (pra dizer o mínimo). Enquanto este (o radialista, não este humilde escriba, que Deus me livre!) considerou que aquele, na presidência, é um “zero à esquerda” — aliás, abstraindo a deselegância indiscutível e, por isto mesmo, lamentável da expressão, não passou de uma opinião sobre a, digamos, (in)competência daquele; aquele, por sua vez, indignado(!), fez-se (exatamente: fez-se) ser ouvido nos mesmos rádio e programa, agora in persone, para, entre outros arroubos, ditos na nossa região como “de macho”(!), atribuir ao radialista a pecha de jabeiro e safado (jabeiro seria quem recebe propina pra beneficiar algo ou alguém, tá ligado?). Aliás, redundância dispensável porque jabeiro já é, por isto mesmo, safado. Pena, entretanto, que não amparou sua fala com o mais mínimo indício da abjeta prática que alardeou, aos berros.

O terceiro é o fraquíssimo desempenho do ASA no campeonato brasileiro da série B, até aqui. Tem apanhado mais do que mulher de malandro, chegando a lembrar-me do meu CRB, nos idos de 2008 (triste memória, por sinal). Quando escrevo ocupa a vice-lanterna, com apenas 4 pontos ganhos em 18 disputados.

Por falar no Galo, a nota triste do mês junino na até agora surpreendentemente tranqüila Pajuçara não foi obra deste, mas de quem deveria evitá-la, ao menos dentro de campo, que é onde lhe compete. Refiro-me à tão ridícula quanto desproporcional e, por isto mesmo, descabida expulsão do treinador do CRB no jogo-treino que disputou no Rei Pelé contra a seleção de Passo de Camaragibe. Sim. Eu disse jogo-treino! Pois o técnico viu-se impedido de desfrutá-lo. Foi expulso pelo insensato árbitro, ainda no 1º tempo (do jogo-treino, não é demais repetir). Êêê, Alagoas!...
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#Encaminhado para publicação na revista ¨O Drible¨