O
ano era o de 2006. Mero exemplo. Minto; não tão trivial assim. Aquele ano — ao
contrário do que disse quando mal comecei a crônica —, é pra mim emblemático.
Significativo não apenas pelas imensas emoções vividas — de alegrias, muitas
tristezas, e uma felicidade imorredoura ao fim —, mas principalmente por uma
característica que via na equipe daquela temporada de Série B, com muito poucas
semelhanças ao que observo na de agora, tomado o elenco atual do Galo em seu
todo.
Mero
exemplo, quis dizer, porque haveria inúmeros outros a pincelar da incrível
história do clube, para trazer aqui. Mas o de 2006, por ainda estar mais fresco
na memória de muitos, talvez surta melhor resultado ao fim comparativo que
pretendo demonstrar a vocês, poucos, mas valorosos leitores que aqui me honram.
As
emoções, Jesus!, foram de deixar tonto qualquer torcedor. Houve quem, talvez de
coração mais fragilizado, fosse socorrido às pressas, ou mesmo tivesse dado
definitivo adeus ao Galo num daqueles jogos eriça-pelos. Não havíamos vencido
uma competição; nada. Simplesmente, a partir de certo momento da disputa,
passamos a lutar para não cair à Série C.
Naquela
temporada, percebi um fenômeno que quase se repetia invariavelmente. O CRB, destemidamente,
enfrentava com garra e técnica seus adversários. Posso dizer que na imensa
maioria das vezes dava gosto ver o Galo em campo. Altivo, afoito, corajoso, e
às vezes até brilhante. Sabe os argonautas do nosso belo hino? Pois é, parecia.
Próximo ao final do jogo, entretanto, por um descuido qualquer, cedia o empate
ou mesmo sofria a derrota imerecida.