Recado aos alagoanos

REGATIANO, AZULINO, ALVINEGRO, ou torcedor de qualquer outro time das Alagoas, valorize o futebol da sua terra! VOCÊ TEM TIME PRA TORCER!

domingo, 30 de setembro de 2012

Saudades


O ano era o de 2006. O CRB estava correndo sérios riscos de cair para a Série C, quando resolvemos ajudá-lo levando a psicóloga Dra. Helena para a Pajuçara. Tudo acabou dando certo: o Galo conseguiu as duas vitórias que necessitava nos dois jogos restantes e permaneceu na Série B.

Apesar de tantas dificuldades, sentia um imenso prazer de ir a campo. Ia com a esperança (quase crença) de que venceríamos o jogo. Lá eu assistia realmente a um time de futebol. Não foram poucas as vezes em que o Galo perdia ou empatava por levar um gol no final da partida. Mas jogava bem! Dava gosto de assistir. Foram muitas, também, as comemorações que se sucediam às vitórias pelas ruas e bares e restaurantes de Maceió. A campanha ainda assim não era boa, tanto que corria seríssimos riscos de cair,... mas jogava bem! Havia uma expectativa natural de que poderia vencer o adversário, ou de que poderia empatar e virar o jogo quando o placar lhe era desfavorável. O time demonstrava isto em campo. E o torcedor, e eu em particular, percebíamos e sentíamos isto. Assim, ir a campo era sempre uma festa. A ausência dos jogos, quando eventualmente a tabela dava um descanso ao time, era sentida por demais.



A campanha de 2006 foi aqui referida porque emblemática de quanto um time pode agradar ao seu torcedor, mesmo quando os resultados que alcança não são os melhores. A defesa era falha, e este era o seu maior defeito (aliás, abro um parênteses para dizer que tenho a convicção de que se o CRB tivesse outra defesa naquela época teria feito melhor campanha), mas o time apresentava qualidade técnica e esquema tático, além de raça e vigor físico. As velhas ladainhas (que saudade dessas ladainhas, olha só!...) de que “o time não mereceu o resultado”, de que “perdeu mas jogou bem”, “de que dormiu no final do jogo”, apesar da tristeza que encerravam, deixavam sempre a esperança (quase crença) de que o próximo jogo o Galo venceria, porque tinha time pra isso, jogava bem, bonito e com razoável apuro técnico.

Passaram-se seis anos, e o Galo está novamente na Série B (havia caído em 2008), em pleno ano de seu centenário, e na qualidade de campeão alagoano de 2012. Entretanto, não joga nem um décimo do que jogava aquele time de 2006, que tomei aqui como referência em face da campanha ruim que também vivenciou naquela temporada.

O time do CRB é ruim. Não tem esquema tático, não tem técnica, sequer cumpre com razoabilidade mínima os mais comezinhos fundamentos do futebol. Verdade! Mal acerta um passe! Joga no chutão pra frente, na esperança de que a vítima (atacante) que lá esteja consiga furar a barreira e com sorte fazer o gol. Sua defesa é fraca, fraquíssima. Meio de campo não tem. O ataque não faz gol. Corrijo: não chuta a gol, e quando o faz o que se vê, na maioria absoluta das (pouquíssimas) vezes em que o faz, é a agressão a mais um dos rudimentares fundamentos do futebol: o chute.

Assistir a todo um jogo do Galo tem sido um tormento, sacrifício enorme. Você não sente sequer a esperança mínima de que possa sair vitorioso daquela peleja. Se ele está em desvantagem no placar, como é quase de praxe, não se acredita que possa ser revertida aquela situação. Não acredita porque acreditar seria partir para esperar um milagre, e milagre já houve e não vai haver outro (refiro-me à virada espetacular sobre o Joinville, quando perdendo por 3 gols, em poucos minutos empatou e venceu o jogo).

Há, por outro lado, coisas incompreensíveis fora de campo. Cito dois exemplos: o técnico atual estava defendendo um time que está ainda pior do que o Galo na tabela. O CRB foi buscá-lo. Pois bem, agora o Galo está há quase dez jogos sem vencer, e o referido profissional, até a hora e dia em que escrevo (meio-dia do dia 30.09.2012), permanece à frente da Comissão Técnica. Há pouco contratou dois jogadores do rival, que disputando a Série D, não logrou êxito, não passando da 2ª fase do certame. Pode ser que sejam bons, mesmo (e um deles parece sê-lo), mas será que o são para disputar uma Série B?! Afinal, não se está jogando contra Feirense, Souza/PB, Itabaiana/SE, Vitória da Conquista/BA e Campinense (que, aliás, o eliminou), mas contra Vitória, Criciúma, Goiás, América/MG e América/RN, Joinville, Atlético Paranaense, Guarani e por aí vai. A diferença é muito grande, amigo! Pode ser que dê? Pode. Mas pra quem tá ruim das pernas como o Galo...

Aí me lembro de que isto está acontecendo justamente no ano do centenário do clube, e dá um arrepio, pode crer...

Sabe de uma coisa, vou rezar. Se você souber também, faça-o. Ah! Já dei três coquinhos na madeira. Vale tudo.