Recado aos alagoanos

REGATIANO, AZULINO, ALVINEGRO, ou torcedor de qualquer outro time das Alagoas, valorize o futebol da sua terra! VOCÊ TEM TIME PRA TORCER!

sábado, 18 de setembro de 2010

Uns de mais, outros de menos

Força do amadorismo ou da vaidade (“ou”, aí, bem entendido, podendo significar um ou outro, ou ambos), o fato é que, no CRB, ou se fala nada, ou se fala mais do que deveria. Ou o que não deveria. O que dá no mesmo, porque quando se fala o que não se deve falar está-se falando demais.

Até por não falar (quase) nunca — o “quase” foi posto apenas pra não ser injusto, já que falou (umas duas ou três vezes, mas falou!) —, o silêncio do Presidente faz-nos concluir que sempre há algo que mereça a palavra da presidência do clube, o que nem sempre é correto, mas que na imensa maioria das vezes o é.

O silêncio às vezes também se instala pela só ausência física de onde deve fazer-se presente. Exemplo: soube que o Presidente do clube estava numa reunião promovida pela Liga do Nordeste, em outro estado, durante alguns dias desta semana. Ora, considerando-se o momento crucial que vive o Galo, seu presidente não poderia fazer-se da Pajuçara ausente (a rima, claro, foi involuntária). Seria tão mais fácil mandar algum Vice... Mas de longe os problemas (inúmeros) são menos repercutidos em que longe está.

Falando em Vice — já que o tema é a fala exagerada, ou seu oposto (o silêncio incômodo) —, soube, ainda no início desta semana e após o desastroso jogo do Galo contra o desconhecido Salgueiro, do interior de Pernambuco, que o Vice-Presidente de Futebol avisara aos torcedores do Regatas (sim, porque para dizê-lo ao seu Presidente, que é a quem única e realmente caberia avisar, não precisaria ir à imprensa) que iria deixar o posto (para o qual fora recentemente nomeado) após o próximo jogo do CRB, amanhã, contra o ABC. Tem-se, aí, exemplo perfeito de que não é preciso falar-se pouco para falar-se demais. O discurso foi indevida e inoportunamente publicizado e emocionalmente desestabilizador (à torcida e aos jogadores). Uma pena.

No CSA dá-se o oposto. Fala demais a presidência do Azulão, e em toda e qualquer situação (novamente involuntária a rima, como não?). Fala em rádio e TV. Em programa de esporte, em discursos de palanque e até em programa eleitoral gratuito. Certamente a fala (demais) seja porque demais é também o amor devotado ao time do Mutange. É, pode ser. Não, claro que não; não tem nada a ver (só) com eleição.
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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A hora é agora

Pode ser que não dê certo. Mas não terá sido por falta de bons propósitos, de dedicação (de uns mais, outros menos, e também conforme a época), de tentativa de acertar, de abnegação. Talvez não dê certo por amadorismo. É,... talvez. Mas não terá sido justo. Estou convicto de que não terá. Também por isto acredito que dê.

Pus (e ainda ponho) muita fé nos bons resultados que podem ser obtidos pelo CRB na gestão dessa atual diretoria. Não fé cega. Mas naquela que se baseia principalmente na análise do elenco do clube e na seriedade com que o trabalho vem sendo realizado por seus diretores (em sua grande maioria), independentemente dos erros de gestão (alguns graves) cometidos. Seriedade e dedicação podem coexistir com amadorismo. E os erros, estes o foram por amadorismo ou por vaidade ou por incompetência mesmo (esta ligada, às vezes, àquele). Mas a essência do trabalho realizado pelo clube na gestão Serafim foi de incontestável abnegação e concordante honestidade. Honestidade é sempre aparente, é verdade, mas não ouvi ou li uma só denúncia de beneficiamento próprio em detrimento do CRB por parte de algum membro da diretoria, donde continuo com essa compreensão. De outra parte, apesar de obrigação, tenho de convir que honestidade no meio futebolístico, pelo que se ouve, não é produto farto, donde há de ser exaltada.

O torcedor do Galo está ressabiado. Persiste traumatizado pela queda da Série B; não conseguiu ainda aceitá-la. Grande parte teima em não se conscientizar de que o futuro do CRB é exatamente o seu presente, na medida em que aquele não será construído se este não for plenamente vivido. E o futuro está bem ali. O futuro está no domingo (05/09), contra o Alecrim, como esteve no último jogo, quando venceu o Campinense na casa do adversário. O futuro está dentro de campo, quando o time enfrentará seu concorrente direto, e estará nas arquibancadas e cadeiras do Trapichão. É preciso voltar a acreditar no CRB. É preciso superar o trauma. Este é justificadíssimo: não é fácil ir ao purgatório tendo estado no céu por quinze anos ininterruptos (e a Série B é o céu, ao menos para times de sua condição financeira). Mas há de ter fim. E este haverá de se dar, e na atual gestão.

Seu presidente, aquele homem renitente e invariavelmente calado, às vezes sem a postura briguenta e altiva que dele se espera, tem de sobra, entretanto, algo que não pode faltar a um dirigente de futebol: o amor incondicional ao clube que dirige. A torcida queria um torcedor. Queria um homem que pelo sentimento se assemelhasse a ela. Aclamou-o! Depositou nele suas esperanças. E não lhe faltou dedicação para corresponder a esse apelo. Tem defeitos como tal, não se há de negar. Mas tem capacidade administrativa. Procurou estar ao lado de quem poderia ajudá-lo. Uns conseguiram mais, outros menos. Mas jamais ouvi dele, ou de algum seu auxiliar de confiança, uma palavra de desabono em relação ao Galo ou a qualquer de seus colaboradores. O CRB, em suma, sempre teve do Presidente o respeito que somente os que amam podem dar.

Minha palavra — dita propositadamente hoje, na incerteza ainda do amanhã — tem o sentido de tentar ser justo com a atual diretoria, não negando seus muitos erros, mas também registrando seus muitos acertos, que por isto mesmo precisam ser coroados com a subida à Série B. Tem o sentido, também, de lembrar aos regatianos apaixonados que, independentemente dos erros cometidos, a prática que se vem tentando lá implantar é aquela desejada pela maioria da torcida alvirrubra: aquela que prima por tentar dar um futuro, é (!), um futuro ao CRB. Um futuro que apesar dos quinze anos de Série B não lograram, os que o dirigiram antes — por razões justificáveis ou imperdoáveis, conforme o caso —, conferir.

Pode ser que não dê certo. É,... pode ser. Mas a hora de ajudar a fazer a hora é, exatamente, agora.
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*Foto: www.fotosearch.com.br

sábado, 21 de agosto de 2010

Valha-me, Deus!

Mudou de novo! Sinceramente, e com todo, todo o respeito, mesmo(!) à figura do Presidente do CRB, José Serafim, mas a bagunça, no futebol do clube, é generalizada. E isto é outra coisa que entristece, porque nesse Presidente estavam depositadas todas as esperanças do abalado (com a queda à Série C) torcedor regatiano. A Pajuçara foi razoavelmente recuperada, é certo. Melhorou demais (reconhecida a ajuda da ONG CRB Acima de Tudo e do Movimento de torcidas, também integrado por ela, Galo pra Frente)! A situação econômico-financeira foi de certo modo equalizada, equilibrada. Mas no futebol (e o CRB é, principalmente e quase exclusivamente futebol, já que o vôlei é à parte...), a melodia tocada é um verdadeiro samba do crioulo doido. Nesse aspecto (desorganização e falta de planejamento, decisões pra lá de amadoras), nada a dever às mais incompetentes gestões passadas. Infelizmente.

Preservada a figura do Presidente, que lá em seu posto permaneceu desde que assumiu o Galo após a famigerada derrocada à Série C, o clube teve, entretanto, diversos presidentes de fato. Ou pelo menos, que mais como presidentes do clube se mostravam e pareciam do que o próprio Presidente. E muitas bobagens fizeram. A derrocada começou, indiscutivelmente, com a contratação do treinador Arnaldo Lira (vulgo Patinha). E no CRB somente os membros da diretoria (ou os presidentes de fato, como prefiro chamá-los) mudaram mais do que os treinadores. É gente demais! Uma esculhambação!

Agora recentemente, por exemplo, o então presidente de fato contratou o treinador Celso Teixeira. Um sujeito de temperamento dificílimo, que havia acabado de contribuir para uma das maiores vergonhas sofridas pelo CSA e seus torcedores (quem não lembra da já folclórica comemoração do empate com o Santa Cruz no Arruda?) e que dentro de campo, por seu comportamento, é conhecido por “o louco”. Pois contrataram. Claro, não agüentaram mantê-lo (sim, porque também aí já surge um novo cartola, que já fora presidente de fato e que recém voltara às hostes regatianas, que não gostava do sujeito, e que o pôs pra fora da Pajuçara em situação algo, digamos, vexatória). Aí o novo presidente de fato chama o Freitas. Agora, no apagar das luzes, faltando pouquíssimos jogos para o final da Série C, o presidente de fato recém-empossado manda o baiano embora e contrata aquele que para muitos deveria ter sido desde o início: ex-treinador do Campeão Alagoano/2010. Vixe Maria! Diga aí! É ou não é uma zorra?! E fazer o quê, torcedor? Rezar, ora. Rezar, rezar e rezar. Olha, até sem fé, dá uma rezadinha aí...

Claro, ninguém fez os mal-feitos que fez (ou faz) porque queria (ou quer) o mal do clube. Todos certamente estiveram (ou estão) imbuídos dos melhores propósitos para o bem do Regatas. A começar do tão correto quanto silencioso e obscuro Presidente. Mas de bem intencionados já basta o padre! Ops! Eita! Não tem padre na diretoria. Hummm... Aliás, era só o que faltava. Um padre! É isto! Sem querer acho que achei a solução pro CRB! Um padre na Vice de Futebol! Claro! Já tivemos ou temos militar, delegado, radialista, políticos (do executivo e do legislativo), empresário, profissional liberal, e por aí afora. Quem sabe um padre, a despeito da batina, não honre ao clube as calças que (não) veste? Valha-me, Deus!
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Foto: www.fotosdahora.com.br
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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Agora, deixem o homem trabalhar

Bom, passada mais uma alteração na diretoria — aliás, uma “senhora” modificação —, resta a fé, fundada na esperança (derradeira a ir à morte, como se sabe), de que a nova direção finalmente se estabilize. Para isto, que desta vez doravante não falte bom senso a seus membros. Ao mesmo tempo, e ao lado, falte, mas falte por completo, a danada da vaidade.

De outra parte, creio que agora o treinador poderá trabalhar com mais tranqüilidade, sem ter que a quase toda hora estar se deparando com listas de jogadores sugeridos pela então Vice-Presidência de futebol, mas por ele desconhecidos e totalmente alheios ao seu crivo, além de sem condições físicas de serem aproveitados de imediato.

Com efeito, não é novidade pra ninguém que o técnico está satisfeito com o plantel momentaneamente possível que tem — consideradas, naturalmente, a capacidade financeira do clube e a sua avaliação de que é plenamente realizável, com esse grupo, acrescido de uma ou outra contratação muito bem realizada (o que passa, obviamente, por estar o atleta em perfeita forma física) —, levar o CRB de volta à Série B. Mais: o grupo está unido, é dedicado, tem raça e qualidades indiscutíveis. Mais ainda: o técnico parece tê-lo nas mãos.

Noutra vertente, eis que recebo a notícia de que foi regularizado o pagamento de todos os seus funcionários, o que vem coroar e encher de bons presságios a continuação do trabalho desenvolvido, exatamente no que tem de positivo.

As desavenças entre a Presidência do Conselho e a Direção silenciaram. Se unidos não puderem ser, que se aquietem ao menos e pensem no CRB.

Por último, quero ressaltar o acerto que foi a contratação do técnico Freitas. Nós, alagoanos, acompanhamos sua trajetória por este estado, desde quando jogador. O erro foi a contratação do anterior, a despeito de sua competência técnica (faltava-lhe, porém, equilíbrio emocional). Aliás, conversei pessoalmente com o novo técnico por um bom tempo e só aumentou a já boa impressão que tinha a seu respeito. Pra mim tem o perfil ideal para o CRB, hoje.


Sorte, então! E que agora ele possa trabalhar em paz. Sem listas...
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Foto: impedimento.wordpress.com

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Amadorismo e silêncio

Enquanto durou a interrupção e após a definitiva suspensão do jogo iniciado terça-feira, 13 (CRB x Fortaleza), o que mais se ouviu nas rádios alagoanas — excetuada uma ou outra voz — foram críticas à direção do CRB, inclusive tachando-a de irresponsável, por não ter contratado uma ambulância particular, que custaria R$ 700,00, preferindo confiar-se na prestação do mesmo serviço por um ente público, no caso, ao que parece, o Corpo de Bombeiros ou a SAMU.

Tudo porque aquele(s) órgão(s) não teria enviado o bendito veículo (e seus funcionários) na hora designada, além de ter-se verificado, ao depois, pelo árbitro do jogo, que a que posteriormente se fez presente não continha todo o equipamento de socorro necessário em casos que tais.

Choveram críticas à direção, a despeito de vir a saber-se que aquela teria tempestivamente enviado ao ente público o documento solicitando a presença da ambulância na hora informada, e deste recebido a confirmação.

Ora, a questão não é de irresponsabilidade. Quando muito de amadorismo, por não ter a direção o profissionalismo de “enxergar” que tal circunstância poderia ocorrer e, antecipando-se, promover a contratação do serviço junto a uma empresa privada. Amadorismo, ao não providenciar urgentemente a contratação de uma particular quando do atraso daquela retardatária. Amadorismo, ao não verificar se a ambulância conteria todos os equipamentos necessários.

Mas, indagar-se-ia: Qual(is) dos clubes alagoanos assim procede? Acaso não é praxe solicitar-se a bendita ambulância da forma que o fez a direção do CRB? A ambulância do recente Clássico das Multidões era particular? Sinceramente, não sei a resposta a esta última , mas é certo que a direção do Regatas não inovou ao agir como agiu. E não se diga que R$ 700,00 não é uma quantia considerável para um clube alagoano. Para qualquer deles. Puder-se economizá-la, qual não o faria (ou faz)?

A outra questão é que a “falta de sorte” geralmente acompanha o amadorismo. Basta considerar-se que jamais vi um árbitro de futebol ir “in loco” verificar se uma ambulância teria ou não os equipamentos de socorro obrigatórios. Mas o CRB deu razões para o árbitro desconfiar. Basta que se recorde da entrada em campo da ambulância nanica que veio contratada, trazendo apenas um motorista e uma maca. Claro que quando a última chegou, o árbitro, naturalmente desconfiado, foi verificar a situação. Mas sem querer justificar o erro, será que na terra do árbitro as ambulâncias apresentam-se conforme manda a lei?

A derradeira questão esbarra no sempre presente silencio do mais alto mandatário da direção alvirrubra. Naquela hora, imprescindível viesse a público para dizer, em alto e bom som, que o CRB agiu acertadamente, sim; que o CRB fez o que sempre se faz; que quem faltou ao compromisso não foi o clube; que R$ 700,00 é quantia considerável para o clube, sim; e que pedia desculpas à torcida, aos demais envolvidos e trabalhadores do dia por não terem adotado as providências urgentes, para remediar o incidente.

É preciso que o Presidente cumpra com o seu dever de responder pelo clube e defendê-lo, além de desculpar-se por suas faltas. Isto, sim, era o mínimo que se poderia esperar. Mas daí a ser considerado irresponsável por não ter contratado o serviço particular há uma grande distância.
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Foto: Ailton Cruz

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Fale, presidente!

Tenho muita cautela ao referir-me ao presidente do CRB. Conheço-o superficialmente, mas assim me posiciono (com cuidado), seja porque — segundo voz corrente — trata-se de homem de bem, seja porque — também segundo voz corrente — administrativamente saneou um tanto considerável de desorganização que havia no clube e na Pajuçara, seja porque — ainda segundo voz corrente — é devotadamente dedicado ao Galo. Não bastasse, a presidência do Clube de Regatas Brasil tem em seu presidente um torcedor de escol (aqui também, segundo voz corrente). Se assim o é — como a bendita e insistente voz corrente o diz —, tem o presidente do clube do meu coração, portanto, o meu mais profundo e sincero respeito.

O principal problema que enxergo em sua administração, porém, reside em apenas uma, mas significativa característica que a figura humana do presidente empresta ao cargo: sua excessiva discrição, que não raro beira, ou aparenta, inadmissível omissão.

Não são poucas as vezes em que se espera a palavra do presidente. Não são raras as oportunidades em que se enxerga nele aquele a quem caberia pôr fim a desavenças, vaidades, discórdias, fofocas, mexericos, ciúmes... Mas se a sua voz se faz audível no interior da Pajuçara — porém, outra voz corrente assim não atesta —, infelizmente a impressão que é passada, por seu silêncio, ao patrimônio maior do clube (seus torcedores) é a de que da presidência som não fora emitido.

As mudanças na diretoria, por exemplo, conferem a sensação de que o CRB é uma nau sem leme. E não chega a tanto. Mas é que figuras vêm e vão sem que se entenda, já que saíram, por que saíram, pois que voltaram. O pior: quando voltam — ou será quando vêm? — alteram todo o trabalho que vinha sendo até então realizado, não raro desfazendo aquilo que havia de bom. E não se sabe o que pensa o presidente, já que não fala. Então é conivente. Nem que seja, como parece, por omissão.

Também não consigo entender como pode a diretoria de um clube acolher entre seus quadros torcedores do time rival. Ainda se admitiria quando o contrato é profissional, remunerado, portanto. Mas na Vice-Presidência? Diretor? No CRB, entretanto, pode. E entra, e sai, e entra de novo... Com o beneplácito do presidente. Valha-me.

A impressão que se tem é que o clube é um grande e maltratado laboratório, onde muitos que não entendem de futebol vão aprender como fazê-lo, além dos que o usam para obter vantagem financeira, empresariando jogador, por exemplo. Isto também é voz corrente, para fechar a crônica com ela. E como não são responsabilizados por seus atos, ainda experimentam sem maiores cuidados. E é nesses momentos que o silêncio do presidente se torna mais incômodo, mais “audível”.

Fala, presidente! A gente não quer continuar “ouvindo” apenas o seu silêncio.

domingo, 30 de maio de 2010

Respeitem o maior clássico do estado

Quando você pensa que já viu tudo de ruim no futebol de Alagoas, mais precisamente daquele vindo da capital, constata que a fonte é mesmo inesgotável aqui na terrinha.

Como é que se tem a “brilhante” ideia de realizar jogos-treino entre os maiores rivais do estado, acostumados – os seus torcedores mais velhos, é bem verdade – a assistir a disputas memoráveis, limpas (sem spray de pimenta e sem um cai-cai desmesurado) e testemunhadas por duas multidões de torcedores? Pior: como se tem o desplante de tornar essa ideia uma realidade? Não! O pior vem agora: como é que se tem o, digamos, devaneio de chamar esses dois amistosos (que na verdade, excetuado o fato de que se dariam entre dois rivais históricos, não passariam de jogos-treino, como tratei de situá-los logo no início da crônica) batizando-os com nome de torneio? Torneio entre dois? I Desafio das Multidões? Os times se formando, seus jogadores mortos em campo, desentrosados, com esquema tático sofrível (e aqui estou sendo generoso)... Seria risível, não fosse triste, lamentável e, por isto mesmo, vergonhoso.

E a participação das duas torcidas? Essa foi um caso à parte. Somente aqueles que não conhecem minimamente as voltas que o futebol dá, ou tem, para imaginar que esses dois jogos-treino, com as características acima citadas e completamente previsíveis, e sofrendo a concorrência da TV, tupiniquim e do sudeste do país, pudesse atrair um número considerável de torcedores. No final, um quase fiasco, comparativamente à história do clássico CRB X CSA, que com justeza se denomina Clássico das Multidões.

Não bastasse, nossas autoridades responsáveis pela segurança em jogo de futebol entre agremiações rivais não se sentiram capazes de permitir, ao menos, que ambas as torcidas se fizessem presentes em cada um dos amistosos. Não! Num, em que o mando de campo era azulino, somente poderiam ingressar no estádio torcedores com a camisa do time mandante. E vice-versa. Não imagino isto acontecendo em jogos entre as maiores e mais violentas torcidas (organizadas) do país. Mas em Alagoas é assim mesmo. Somos muito mais competentes em se tratando de segurança...

Eu, como regatiano que sabidamente sou, somente “pude” ir ao segundo jogo, já que ir pra não torcer não tem a mais mínima graça. Donde só me restara o jogo-treino na Pajuçara. E que jogo! Pense num troço ruim de ver! Na verdade, a única emoção trazida, à exceção dos gols, seria decorrente de serem rivais históricos. Mas, convenhamos, é muito pouco para se desrespeitar, dessa maneira, o maior clássico do estado. De qualquer modo, no que toca ao Regatas serviu de alerta. Ou esse time melhora, ou a Série C, também ela, vai deixar saudade. Quanto ao CSA, apesar de tão ou mais sofrível o futebol apresentado, é difícil imaginar que não retornará à 1ª divisão do Alagoano.

Por fim, não poderia deixar de comentar, infelizmente, a maior emoção sentida se deu por obra e graça da claque do CSA (presidente, diretores e muitos arrogantes seguranças), que desrespeitando aqueles que, obedientes à determinação das autoridades de segurança (equivocadas, embora) e em respeito à torcida azulina, não foram ao jogo anterior vestindo qualquer camisa alusiva ao Galo, compareceu à Pajuçara com a camisa identificadora de seu time. Será porque seu presidente é político e alguns políticos de nosso estado pensam que essa condição lhes confere o direito de fazer o que bem querem? Bom, seja como for, “caíram do cavalo”. Ops! Da cabine onde se encontravam. Ah! Não posso negar! Senti imenso prazer em vê-los saindo, expulsos pelos torcedores regatianos alojados nas cadeiras do Severiano Gomes Filho, que não se calaram e exigiram, continuada e insistentemente, a retirada da turma. E meu filho adolescente, e o de minha namorada, ali testemunhas dos fatos, puderam aprender que nem sempre o melhor é calar. Mesmo quando a “causa” pareça irrelevante.

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quinta-feira, 1 de abril de 2010

O ASA gigante, o jogo e um estranho torcedor

A cidade era Maceió. O local, um bar, na orla marítima. Cheguei cedo, com alguns amigos, para pegar uma boa mesa e assistir ao jogo Vasco da Gama x ASA, válido pela Copa do Brasil. Partida “de volta”, a realizar-se em São Januário, estádio do time carioca. Ao ASA interessava apenas a vitória ou um empate tipo 2 x 2, em diante. Fosse 1 x 1, a partida seria decidida por cobrança de pênaltis. Fosse 0 x 0, ou vitória do Vasco, este se classificaria. O dia: quarta-feira, 31/03/2010. A hora: 21:50h (porque não se pode atrapalhar a transmissão da novela global das 21h, outrora das 20h, claro).

O ASA começou jogando bem, enfrentando o time da cidade da TV Globo em igualdade de condições, dentro do seu estilo e das particularidades de estar jogando fora de Alagoas contra um time muito mais poderoso financeiramente e, portanto, com uma história mais destacada e vitoriosa do que a agremiação de Arapiraca. A propósito, alô! locutor do Rio de Janeiro: não é Associação... É Agremiação! Informe-se um pouco melhor, antes, afinal é o mínimo que você deve fazer.

Mas eis que o Vasco consegue furar a barreira armada pelo competente técnico Vica e cala os alagoanos torcedores presentes no bar. Torcedores de ocasião, como eu (pois que de coração sou regatiano), ou não. Felizmente não demorou muito e a gente pôde gritar gol também. E foi bonito de ver e ouvir. Eita Alagoas da peste! A partida estava empatada e, no fim das contas, o gol do Vasco fora favorável ao ASA, já que com 1 x 1 o Vasco teria que correr atrás do prejuízo, sob pena de ter de decidir nos pênaltis. E não tivesse o Fábio Lopes, atacante do ASA, perdido um gol que minha avó, fosse viva e estivesse compondo o elenco, decerto faria, a história da partida seria outra. Mas não concluiu em gol, e no segundo tempo viu-se um ASA diferente, cansado e, após sofrer o segundo gol, abatido. O resto a gente já sabe: Alagoas perdeu de 3 x 1. Um placar, infelizmente indigesto, mas justo. Fazer o quê?

Lá no recanto onde estávamos havia mais presentes torcendo pelo ASA do que pelo time dos cariocas. Natural. Afinal, estávamos em Maceió, capital e tão alagoana quanto a cidade plantadora de fumo. Os (torcedores) do Vasco que lá estavam presentes naturalmente seriam alguns turistas cariocas (Maceió ainda recebe muitos, nesta época). Pois bem, um dos torcedores alagoanos me chamou a atenção, pois bastante exaltado, no melhor sentido da palavra. Torcia vivamente pelo time de Arapiraca. Até ouvi, da boca de um dos que o acompanhavam, que era filho daquela pujante terra do agreste alagoano. Sem dúvida bela a movimentação realizada por aquele torcedor, e por mim presenciada, em torno do time de suas raízes. Mas quando fui me deter em observá-lo melhor,... confesso que fiquei confuso. O cidadão estava vestido com a camisa do Fluminense... De início pensei que fosse um time também de Arapiraca. Mas não! Era do Fluminense do mesmo Rio de Janeiro do Vasco, então opositor do ASA. Oxe!

Aí deu um nó na minha cabeça, desculpe-me a ignorância, leitor. Eu me perguntava, então: Mas ele não é filho de Arapiraca? E o ASA não é da terra campeã em produção de tabaco no Brasil? Oxe! E por que a camisa do Fluminense a vesti-lo? Foi quando ouvi sua explicação: ele era torcedor do Fluminense, do Rio de Janeiro, e também do ASA. Vôte! Se já não estava compreendendo, agora menos ainda. Afinal, por que ele torcia também por um outro time? Mais: por que por um time de outro estado, de outra cidade, de outra região? Times de futebol, afinal, são sempre rivais, ainda que potencialmente, pois sempre poderão vir a se enfrentar. E aquele não tinha nada a ver com sua história, seus costumes, suas raízes... Nesse ínterim ouvi quando alguém lhe disse, meio agressivamente: “Você não é ASA! Você é Fluminense! Olhe a sua camisa!” Aí, não sem um certo constrangimento, ele respondeu: “Se o ASA estiver jogando contra o Fluminense, sou ASA!”

Estupefato! Fiquei, não vou mentir!... Então ele era, de fato, torcedor dos dois times! Mais: embora afirmasse que torceria contra o Fluminense na hipótese deste jogar contra o ASA, pra mim era mais torcedor do time do Rio, afinal, em pleno jogo do ASA estava vestido com a camisa do time carioca! E outra: será que estaria torcendo pelo ASA movido também pelo sentimento de rivalidade que existe na Cidade Maravilhosa entre o próprio Fluminense e o Vasco? Tava incompreensível o negócio. Outra pergunta, de qualquer modo, não me saía da cabeça: se ele era alagoano, se era filho de Arapiraca, se ele gostava de futebol e Arapiraca tinha time de futebol, se ele torcia pelo ASA, que era da sua terra natal, por que cargas d’água torcia também por um time de uma terra tão distante e tão diversa da sua? Acaso seria uma espécie de retribuição? Tipo: haveria, talvez, alguns cariocas torcedores do Fluminense que também seriam torcedores do ASA de Alagoas? Hum... Creio que não. E por acaso o seu ASA não lhe era suficiente?

Eu, hein? Felizmente deve ser um caso isolado... É,... certamente não devem existir outros torcedores alvinegros, regatianos e azulinos que também torçam por algum outro time, do Rio de Janeiro ou de São Paulo. Claro que não, ora. Afinal, somos alagoanos e temos time pra torcer. Né, não?
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quarta-feira, 31 de março de 2010

Jornalista e torcedor: por que não?

Talvez não faça jus à sua grandeza o realce que pretendo aqui extrair da passagem por este mundo do ilustre jornalista e genial cronista Armando Nogueira. É que o destaque (e consequente reflexão) é à sua condição explícita de torcedor, exaltada e decantada, sendo, como era, jornalista e cronista.

Armando Nogueira trabalhava no Rio de Janeiro e era declaradamente torcedor “doente” do Botafogo, que é do Rio de Janeiro (como todos sabem). E não sofria, por isto, contestação séria à sua imparcialidade enquanto jornalista ou cronista. Seus leitores, de lá e espalhados país afora, sabiam — porque ele fazia questão de deixar claro — de seu amor, de sua predileção pelo time da “estrela solitária”. E ao assim agir Armando Nogueira demonstrava o respeito que tinha por quem viesse a lê-lo (e recebia, até por isto, do mesmo modo, esse respeito). Suas crônicas, suas matérias jornalísticas, fossem sobre qual time de futebol fossem, podiam portanto ser avaliadas sem segredos, sem subterfúgios, de cara limpa. Ali estava um profissional que buscava ser imparcial (não necessariamente desapaixonado) em suas crônicas e matérias jornalísticas, mas que não negava as paixões que nutria enquanto homem comum. Para o leitor, por sua vez — a quem por dever ético à profissão que abraçou, e a si mesmo, deve igualmente respeito e consideração —, era reconfortante saber “onde estava pisando”. Afinal, como saber se alguém está sendo imparcial se suas preferências pessoais sobre o tema comentado lhe são omitidas ou escamoteadas?

Em grande parte da imprensa de outros estados (da daqui, também), entretanto, ocorre o contrário do que com sua prática ensinava o grande mestre, com raras exceções. Talvez por temer-se o julgamento do público (torcedor), talvez por entender-se que a imparcialidade na profissão não convive com a parcialidade fora dela, ou por outra razão qualquer, omite-se a paixão pelo time por que se torce. Receia-se o crivo da parcialidade, quando se daria exatamente o contrário. Tampouco é o caso de resguardo à privacidade do profissional.

Jornalista ou cronista esportivo que torce por algum clube de futebol da região onde trabalha — a grande maioria, em Alagoas, por exemplo, certamente torce, em segredo(!), por CRB, ou CSA, ou ASA — deveria ter a boa prática, para com seu público (formado de torcedores como ele), de declinar sua predileção, porque somente assim estaria(á) conferindo a esse mesmo público a oportunidade de avaliar, quanto à perseguida imparcialidade — conferido-lhes todos os instrumentos a tanto —, a informação ou opinião que lhe é formulada.

Assim penso, enquanto cronista (quem escreve crônicas, modestas que sejam, como são as minhas). Assim sinto, enquanto torcedor — público leitor, ouvinte e telespectador —, que antes de cronista, também sou.
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Foto: globoesporte.com (alterada/redimensionada)
Tb postada no sítio Futebolalagoano.com e FutNet

segunda-feira, 15 de março de 2010

(Sur)Realismo grotesco

Foi um jogo horrível de se ver. Parece evidente que o CRB não necessita de dois volantes, quando já dispõe de três zagueiros. O que se ressente disto? O meio-de-campo; precisa ser experto pra concluir isto não. É quase que sempre partindo da zaga diretamente para o ataque. E haja chuveirinho na área. E haja troca difícil de passes próximo à área. E passes na sua maioria errados. Nervosismo, decorrente da pressão pela vitória? Pode ser. Jogadores novos em sua maioria. Mas não credito só a isto, não.

Na verdade, o CRB não consegue jogar contra uma marcação individual de seus principais jogadores de criação e ataque, dificuldade que aumenta em campos pequenos, como o é o da Pajuçara e os do interior do estado. Não bastasse, Edmar e Rodrigo Batata, por franzinos que são, sofrem sucessivas faltas, pouco marcadas e não punidas com o rigor com que deveria sê-lo. Essa dificuldade se manifesta com ainda mais visibilidade quando o adversário joga com forte retranca, como no caso do Santa Rita e de quase todos os clubes que jogam contra o Galo.

Mas o que mais me surpreendeu e explica o título da crônica foi a atitude dos jogadores do time adversário e as declarações de seu treinador aos microfones da Rádio Gazeta AM, logo após o jogo. Não de todos os jogadores, é bem verdade. Mas dos expulsos, para ficar só neles. Na verdade denominá-los atletas de futebol já é, por si só, enorme deferência, porque não foi como tais que se comportaram em campo. Os caras são completamente, completamente indisciplinados (mais uma vez, por estrita educação, direi desses indivíduos apenas isto). Indisciplinados.

Esses senhores — que talvez até sejam pais de família (se o forem, valha-me!) —, chutaram escancarada e violentamente, e por trás, a “canela” de colega de profissão, com estardalhaço explícito; fizeram ostensivos e repetidos gestos obscenos para a torcida do time adversário (seus filhos menores, se os tiver, ou suas esposas, se casado o forem, certamente não estavam entre aqueles a quem os referidos profissionais da bola dirigiram seus simpáticos dedos “maior-de-todos”*, não é?); agrediram-na ao chutar a bola em sua direção com o notório intuito de machucar algum torcedor (tivesse a “bolada” pego em uma criança, hein, irascível jogador?), tentaram dar um soco no rosto do árbitro, intimidaram-no fisicamente de modo absolutamente ofensivo, e foram justamente expulsos. Três expulsões, sem a mais mínima sombra de dúvidas justíssimas.

Pois não é que seu treinador teve o (glup**) desplante(!) de dizer que as três expulsões teriam sido injustas? Pasme, leitor! As três: injustas. Portanto, o que aconteceu, segundo compreende, não foram motivos suficientes a que o árbitro expulsasse os três (glup) jogadores(!). É..., talvez isto explique o comportamento de seus (glup) atletas(!).

Hein? O quê? O dono do time é o presidente da FAF? Que é Conselheiro do CRB? Que já exerceu a presidência do clube alvirrubro? Sério? Putz! Mas nesse ao menos um alento há: as devidas reprimendas serão induvidosamente impostas aos responsáveis pelo espetáculo grotesco de que fomos expectadores na Pajuçara. Alguém duvida?

* Maior-de-todos: dedo mindinho, senhor-vizinho, MAIOR-DE-TODOS, fura-bolos, cata-piolho, lembram (só não sei se tem hífen, mas se não tiver, desculpa aí!)
**Glup: engasgo; pigarro; dificuldade física inexplicável de pronunciar as palavras que imediatamente lhe seguem.
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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Quando a má interpretação é incompetência

Sob a pecha de “erro de interpretação” tem-se relevado muitos erros de arbitragem, como se todo ele não fosse, em última análise, “de interpretação”. Não é necessário ser especialista na matéria para se saber que a questão não é se o árbitro interpretou mal um lance, mas se o erro de interpretação cometido foi razoável, desculpável, compreensível dadas as específicas circunstâncias do caso em particular. É que situações há em que a marcação se faz, mesmo, dificultada por uma série de fatores, muitas das quais, outrossim, sem que se possa imputar ao árbitro culpa pelo engano, seja um pênalti não marcado (ou marcado quando não houve), seja a não expulsão de um jogador por um lance violento (escamoteado com sucesso por seu executor) e vice-versa.

O problema é quando a interpretação equivocada o é escancaradamente, induvidosamente, flagrantemente. Se um jogador, por uma atitude proibida — um “carrinho” (há “carrinhos” que poderiam ser chamados de “tratores”), por exemplo ¬—, ainda alça a vítima ao ar, naturalmente dúvida não pode existir na mente do árbitro a impedi-lo de expulsar o infrator. Se um jogador agride o outro, por trás, “sem bola”, e o árbitro vê ou tem ciência, por seu auxiliar, da indisciplina gravíssima, naturalmente deve expulsá-lo. Se não houve a falta a justificar a marcação de um pênalti (ou vice-versa), e o lance é de razoável interpretação, teria o árbitro o dever, a obrigação de interpretá-lo corretamente. Não é razoável, nas circunstâncias exemplificadas acima, admitir-se o erro de interpretação. Vai frontalmente contra a norma a que é obrigado a aplicar.

A diferença entre os erros de interpretação razoáveis e os indesculpáveis está exatamente na possibilidade conferida ao árbitro, pelas circunstâncias do caso concreto, de não cometê-los. Ou por outra: de agir corretamente, conforme as regras do futebol que deve fazer por onde sejam observadas.

Assim, se o erro “de interpretação” é crasso, é flagrante, é escancarado está-se diante de incompetência. E a incompetência é intolerável, porque premia o agente (o árbitro) com a impunidade e a vítima com o prejuízo injustificado, proporcionado justamente por quem é pago para evitar a sua ocorrência. Em lamentáveis circunstâncias que tais, deve o clube vitimado adotar as providências jurídico-desportivas que a legislação lhe faculta, exigindo a sua reparação e proteção nos termos lá previstos, e à entidade a que pertence o árbitro apurar os erros e aplicar as normas que regem a especial situação, até para protegê-lo, à sua credibilidade enquanto instituição, e ao futebol em que inserida.

Fora dessas hipóteses há os falsos erros, aqueles cometidos dolosamente, para prejudicar o clube dele vitimado, mediante paga ou não. É quando a incompetência vem escamotear a arbitragem desonesta. A incompetência, aí, é só aparente. Mas aí já é outra história, que imprescinde de provas à sua caracterização. Ou, como se diz no popular: aí o buraco é mais embaixo.
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Vitória da raça e da torcida

Depois de um péssimo primeiro tempo — que nos fazia crer, sem qualquer dúvida mínima, até, que o CRB fora pro jogo sem treinador e sem treinar antes, dada a ausência completa de esquema tático, jogadas organizadas (mal havia as desorganizadas), e o que mais faltar (lá faltou tudo que beire um futebol sofrível, pois horrível foi) —, eis que a raça e o brio dos jogadores do galo, empurrados por sua imensa, exigente, vibrante e participativa torcida, conseguiram uma importantíssima vitória na tarde de ontem no “Nelsão”.

Quanto ao treinador, acima referido, a compreensão que vem em mim se instalando, não me deixando margem à ilusão, é a de que não arma o time com a competência esperada. Tem sido assim, em maior ou menor grau, em todos os jogos disputados pelo Galo, mas se mostrou muito mais evidente no 1º tempo do jogo de ontem. Era cada um por si e acho que nem Deus por todos, já que terminou por se encerrar perdendo pelo placar de 1 x 0. Horrível, grotesco, deprimente, desanimador. Foi assim o CRB na primeira parte do jogo.

Vindo o 2º tempo e com ele as alterações promovidas, com o ingresso do Edmar e do Reinaldo, o time mostrou porque durante tanto tempo foi alardeado como “o orgulho de Alagoas”, fazendo novamente jus a ter o vermelho entre suas cores principais. Vermelho do sangue que corre nas veias dos argonautas cantados por seu hino, e que, por isto mesmo, não fogem à luta. Não fugiram. Foi uma alegria, e um orgulho, ver a garra, a raça, a coragem, a disposição física e a habilidade de cada um dos jovens e talentosos jogadores que hoje formam o Clube de Regatas Brasil, com destaque, em maior ou menor grau, para o Alex Lima (como pode estar no banco de reservas?), Ítalo, Leo, Rafinha, Jonathan, Wellington, Edmar e o próprio Reinaldo.

Destaques sumamente negativos: o goleiro (extremamente inseguro, algo o impede de sair do gol quando imprescindível o faça) e o técnico (este último, a despeito da acertada alteração no 2º tempo, continua não apresentando um bom trabalho no aspecto tático: a sensação que se tem é que ele apenas escala o time e “salve-se quem puder”). Por isto, para mim, os grandes vencedores foram seus torcedores e a raça dos jogadores. Não por outra, o coro entoado no Nelsão pela massa alvirrubra: o campeão voltou!
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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Aprenda-se com o CRB

Como perder gols feitos e como elaborar um esquema tático absolutamente confuso ou inoperante? Aprenda-se com o CRB.

É realmente surpreendente o tanto que perde gols o Galo da Pajuçara. Assim vem se repetindo de maneira já preocupante, não bastasse a já notória incompetência de jogar objetivamente contra times que se postam em atitude de defesa explícita.

Ontem, na Pajuçara — a Pajuçara mais linda e repleta de torcedores que talvez jamais tenha visto antes —, o CRB deu um exemplo preciso de incompetência. Passou o jogo inteiro — eu disse inteiro! — jogando pelo meio, contra um Penedense fechado pelo meio. Pode? Pode. Como? O CRB ensina. Ressalte-se: assim se comportou jogando atabalhoada e confusamente, com raros momentos de brilho. Do que decorre, já se pode perceber, que os lances dos gols que acabaram por ser desperdiçados sequer se originaram de jogadas de estilo, tática e tecnicamente organizadas. Resultaram apenas do esforço pessoal de seus jogadores, individual e coletivamente, se é que não estou errado ao falar em coletivo.

E o pior (ou melhor, dependendo de por onde se olhe) é que o elenco do CRB não é ruim. Antes, é bom, arriscaria. Mas me parece que o técnico não conseguiu transformar esse elenco num time tática e tecnicamente objetivo e organizado. A torcida, por sua vez, já se impacienta e coberta de razão. Tão coberta — perdoem-me o trocadilho — quanto a arquibancada da sombra. Agora, sim, da sombra.

Parece-me que o futuro do treinador no comando desse time está ameaçado pelos insucessos que começa verdadeiramente a colher. Insucessos marcados menos pelos resultados até aqui obtidos (ruim, mesmo, foi apenas este último, contra o Penedense), mas mais por essa incompetência em conseguir outros, mais alvissareiros. Poderia ter ganho do Murici. Poderia. Mas, vá lá, fora de casa... Deveria ter ganho do Penedense. Deveria. Tinha obrigação, até. Mas o que se viu, foi o que se viu... Sem mais comentários. Vamos ver quarta. Tomara que não queira levantar o Corinthians, depois de tê-lo feito com a agremiação ribeirinha do São Francisco. Era só o que faltava...
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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Vitória justa e incontestável


Sem Alex Lima, sem Foiani, sem Edmar e, logo no início do jogo, sem Emerson, o CRB mostrou que está se constituindo por um grupo, e não por onze jogadores apenas. E está demonstrando, também, que vem no caminho certo: com seriedade, com dedicação, com união, com humildade, e com técnica, técnica construída, diga-se, por e com considerável parcela de jogadores formados no próprio clube.

Apesar de não ter mostrado um futebol de encher os olhos, o Galo foi superior em campo em praticamente todos os momentos do jogo, à exceção daquele que se seguiu ao primeiro gol marcado, curiosamente exatamente pelo substituto de Edmar, o Wellington, revelado nas divisões de base do clube, como aquele. Aliás, além de ter marcado também o 2º gol, foi, até mas não só por isto, o grande nome do jogo. Bom posicionamento e oportunismo foram características que se mostraram evidentes no jovem jogador. Quem ficou devendo foi o Hilton Mineiro, jogador diferenciado mas que não vem rendendo o que poderia, talvez pela tão aparente quanto evidente má forma física.

Como disse, a superioridade do Regatas se fez presente pelo domínio do jogo até pouco antes da metade do primeiro tempo, e durante praticamente todo o segundo, bem assim pelas várias oportunidades de gol criadas (mas perdidas), sendo de ressaltar o pênalti sofrido por Calmon logo no início do jogo, mas não marcado, e o gol pelo próprio perdido, difícil de se acreditar, registre-se, de “tão perdido” que foi.

Destaque, ainda, para o mau estado do gramado, circunstância infelizmente rotineira nos estádios do interior alagoano. Ali, efetivamente é impossível jogar-se um bom futebol. Ali, é no máximo dominar o jogo tanto quanto possível, criar as oportunidades, convertê-las em gol, e já tá muito bom obrigado.

Tenho, portanto, que o CRB conquistou importantíssima e legítima vitória em sua estréia. E se é bom começar vencendo — e é —, melhor ainda quando essa vitória se faz assim: justa e incontestável.
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010