Força do amadorismo ou da vaidade (“ou”, aí, bem entendido, podendo significar um ou outro, ou ambos), o fato é que, no CRB, ou se fala nada, ou se fala mais do que deveria. Ou o que não deveria. O que dá no mesmo, porque quando se fala o que não se deve falar está-se falando demais.
Até por não falar (quase) nunca — o “quase” foi posto apenas pra não ser injusto, já que falou (umas duas ou três vezes, mas falou!) —, o silêncio do Presidente faz-nos concluir que sempre há algo que mereça a palavra da presidência do clube, o que nem sempre é correto, mas que na imensa maioria das vezes o é.
O silêncio às vezes também se instala pela só ausência física de onde deve fazer-se presente. Exemplo: soube que o Presidente do clube estava numa reunião promovida pela Liga do Nordeste, em outro estado, durante alguns dias desta semana. Ora, considerando-se o momento crucial que vive o Galo, seu presidente não poderia fazer-se da Pajuçara ausente (a rima, claro, foi involuntária). Seria tão mais fácil mandar algum Vice... Mas de longe os problemas (inúmeros) são menos repercutidos em que longe está.
Falando em Vice — já que o tema é a fala exagerada, ou seu oposto (o silêncio incômodo) —, soube, ainda no início desta semana e após o desastroso jogo do Galo contra o desconhecido Salgueiro, do interior de Pernambuco, que o Vice-Presidente de Futebol avisara aos torcedores do Regatas (sim, porque para dizê-lo ao seu Presidente, que é a quem única e realmente caberia avisar, não precisaria ir à imprensa) que iria deixar o posto (para o qual fora recentemente nomeado) após o próximo jogo do CRB, amanhã, contra o ABC. Tem-se, aí, exemplo perfeito de que não é preciso falar-se pouco para falar-se demais. O discurso foi indevida e inoportunamente publicizado e emocionalmente desestabilizador (à torcida e aos jogadores). Uma pena.
No CSA dá-se o oposto. Fala demais a presidência do Azulão, e em toda e qualquer situação (novamente involuntária a rima, como não?). Fala em rádio e TV. Em programa de esporte, em discursos de palanque e até em programa eleitoral gratuito. Certamente a fala (demais) seja porque demais é também o amor devotado ao time do Mutange. É, pode ser. Não, claro que não; não tem nada a ver (só) com eleição.
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* Também postado no sítio www.futnet.com.br