Recado aos alagoanos

REGATIANO, AZULINO, ALVINEGRO, ou torcedor de qualquer outro time das Alagoas, valorize o futebol da sua terra! VOCÊ TEM TIME PRA TORCER!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

CRB: Campeão Alagoano/2012

*Também publicado no jornal Gazeta de Alagoas de hoje, 25/5/2012, pág. A4


Meu CRB completa 100 anos de vida neste ano, mesmo dia, aliás, do aniversário de meu pai. Mas meu pai fará só 81 anos. Na verdade, o Galo de Campina não é só meu. Mas é também meu. Tá certo que meu pai é sócio do clube. E bem antigo o seu título. Mas não por isto sou dono dele. Sou porque o amo. Alguns se imaginam donos com exclusividade. Como se um clube de torcida numerosa e apaixonada pudesse ter outros donos que não seus torcedores. Ou como se a torcida se resumisse ao futebol, não alcançando outros esportes e a própria instituição, com sua história, feitos, tradição e cores. Deixo que se iludam. Não são.


Há alguns anos libertei-me desse quase dogma, instrumentalizado há anos pelas rádios e tvs do eixo RJ/SP, de que em face da fragilidade “congênita” e “imutável” de nossos clubes teríamos apenas duas opções: ou torceríamos por outro(s) time(s) além do nosso (os deles, claro), ou apenas pelos deles. Uma ova! Mas isto nos é suavemente empurrado cérebro a dentro. Toda a cruel estrutura é alimentada para que poucos clubes consigam sequer disputar as principais competições do país. Os nossos, pobres, devem assim permanecer, e à margem. Dividir nossa paixão fortalece os deles, na medida em que enfraquece (ou inviabiliza de vez) os nossos. No futebol, quanto mais acirradas as desigualdades melhor. Os louros dessa indústria ficam para poucos. Para eles.

A torcida alvirrubra é imensa, apaixonada, alegre, vibrante e exigente. Alguns dizem que é hoje a maior do estado. Não tenho dados objetivos para assim afirmar. Mas e daí? Certamente não o era, há um tanto de vários anos atrás. Mas é muito bom saber que só fez crescer ao ponto de hoje muitos crerem ser. Isto demonstra que está cada vez mais vivo. Quanto mais vida, mais torcedores esse clube tem.

Em pleno ano do centenário meu Regatas sagrou-se campeão alagoano. Com isto, passou a integrar o seleto grupo dos únicos sete clubes brasileiros a serem campeões no ano em que completaram 100 anos. Antes, final do ano passado, conquistou o acesso à Série B do campeonato brasileiro, e o fez sendo vice-campeão brasileiro da Série C, voltando assim a credenciar-se, também no ano de seu centenário, a disputar a 2ª maior competição nacional — onde, aliás, permanecera por 15 anos ininterruptos, até 2008.

Não sei dizer o porquê dessa paixão que sinto. Certamente não o é apenas por suas dezenas de conquistas e centenas de vitórias. Só sei que sinto, e o que sinto. E mesmo quando perde, ainda sinto. Talvez porque a paixão nunca perde.