Recado aos alagoanos

REGATIANO, AZULINO, ALVINEGRO, ou torcedor de qualquer outro time das Alagoas, valorize o futebol da sua terra! VOCÊ TEM TIME PRA TORCER!

terça-feira, 6 de outubro de 2015

A política e o futebol*

http://pmdbma.com.br
*Tb pub no jornal GAZETA DE ALAGOAS e nos sítios PRAGMATISMO POLÍTICO e PCdoB - Alagoas

Nasci regatiano. Diz-se regatiano aquele que torce pelo Clube de Regatas Brasil, o CRB, também conhecido como Galo de Campina, Galo da Pajuçara, Regatas, e Maior de Alagoas.

Por esse aspecto, seriam regatianos todos os que torcem por clubes “de regatas”. Mas não. Regatianos somente nós, da maior torcida do estado, posto já ocupado, bem alhures, pelo seu maior rival, assim ainda considerado em respeito à tradição e à história. Aliás, por isto mesmo, nós não seríamos o que somos sem ele, e eles não seriam o que são hoje não fosse o CRB (com trocadilho, hahaha).

Certamente, fosse um azulino a escrever a conversa seria outra, por mais que verdadeiras as afirmações por mim realizadas (hahaha), porque o que nos move é a imensa paixão por nossos clubes do coração. Então, mas não é o caso agora (hahaha), na maioria das vezes discutimos menos com a razão, e mais com o coração.

A política também tem lado. A luta, aqui, é de classes. Independentemente do grau de manipulação, preconceito, reacionarismo, racismo, xenofobia e homofobia presentes, é essencialmente de classes. Assim, com algumas variantes, pois, agrupam-se mais à esquerda, ou mais à direita do espectro político.

Essa característica “genética” explica porque o cidadão que se diz contra a corrupção, que bate panelas quando a presidenta da república vai à TV, ao argumento de que seu governo seria corrupto, e ela também — embora nada haja contra a sua pessoa —, que se enche de irresignação com o chamado Mensalão do PT, despudoradamente silencia quando Aécio Neves, já prenhe de outros registros repugnantes, é citado nas famosas delações premiadas do célebre Sérgio Moro, ou quando sabe que seu nome está na chamada Lista de Furnas, ou por Eduardo Cunha ter sido citado em cinco dessas delações como beneficiário de propina, além de estar enrolado até o pescoço com contas milionárias na Suiça.

Há inúmeros outros casos que não desembocam em manifestações travestidas de camisetas verde-amarelas da CBF lideradas por autodeclarados movimentos anticorrupção, ou no som desafinado das panelas repercutidas nas varandas dos prédios da orla de Maceió. Também não há adesivos contra a sonegação praticada pelos milionários, nem pela taxação das grandes fortunas ou repatriação de dinheiro remetido ilegalmente ao exterior.


E sabe por quê? Porque estamos em plena luta de classes, cara-pálida. A bandeira anticorrupção é de papel. E as panelas... Bem, estas permanecem no fogão, sob a direção da mão calosa de suas empregadas.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

A frustrante participação da torcida: por quê?*

*Simultaneamente postada no sítio CRB Acima de Tudo

O ano era o de 2006. Mero exemplo. Minto; não tão trivial assim. Aquele ano — ao contrário do que disse quando mal comecei a crônica —, é pra mim emblemático. Significativo não apenas pelas imensas emoções vividas — de alegrias, muitas tristezas, e uma felicidade imorredoura ao fim —, mas principalmente por uma característica que via na equipe daquela temporada de Série B, com muito poucas semelhanças ao que observo na de agora, tomado o elenco atual do Galo em seu todo.

Mero exemplo, quis dizer, porque haveria inúmeros outros a pincelar da incrível história do clube, para trazer aqui. Mas o de 2006, por ainda estar mais fresco na memória de muitos, talvez surta melhor resultado ao fim comparativo que pretendo demonstrar a vocês, poucos, mas valorosos leitores que aqui me honram.

As emoções, Jesus!, foram de deixar tonto qualquer torcedor. Houve quem, talvez de coração mais fragilizado, fosse socorrido às pressas, ou mesmo tivesse dado definitivo adeus ao Galo num daqueles jogos eriça-pelos. Não havíamos vencido uma competição; nada. Simplesmente, a partir de certo momento da disputa, passamos a lutar para não cair à Série C.

Naquela temporada, percebi um fenômeno que quase se repetia invariavelmente. O CRB, destemidamente, enfrentava com garra e técnica seus adversários. Posso dizer que na imensa maioria das vezes dava gosto ver o Galo em campo. Altivo, afoito, corajoso, e às vezes até brilhante. Sabe os argonautas do nosso belo hino? Pois é, parecia. Próximo ao final do jogo, entretanto, por um descuido qualquer, cedia o empate ou mesmo sofria a derrota imerecida.