Recado aos alagoanos

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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

CRB: as "sortes" de uma guerra


sorte.softonic.com.br

Ouvi algumas vezes a simpática e positiva (em regra) palavra sorte, sendo apregoada por parcela da crônica esportiva alagoana, atribuindo-se à dita cuja, subliminarmente, a conquista do acesso à Série B pelo Clube de Regatas Brasil.

Ouvi também, pelo rádio, da boca do polêmico mandatário do talvez único clube em face do qual os torcedores alvirrubros detenham efetiva rivalidade, que seu time iria precisar de muita sorte na disputa do campeonato alagoano/2012, mais até do que a que teve o Galo da Pajuçara na já referida competição nacional.
Aliás, aqui abro um parêntese (invisível), para explicar que isto (a rivalidade) não vai mudar (felizmente), a despeito do ostracismo vivido pelo tradicional time do Mutange; ostracismo, registre-se, ao menos no que se refere às principais competições do país, já que regionalmente o CSA, a despeito de há pouco tempo haver experimentado um longo jejum de títulos na 1ª divisão do alagoano (hoje vivido pelo Galo, há 09 anos sem levantar a taça), foi campeão em 2008 (após 08 anos à margem), e em 2005 e 2010, nestes últimos anos disputando a 2ª divisão do alagoano.

Pois bem, como facilmente se percebe, sorte, ali, não foi proferida como algo positivo. Claro, porém, que à exceção do já referido mandatário (para quem, está explícito, embora esbarrando nas entrelinhas, o CRB conquistou o acesso, por sorte), no mais das vezes a palavra sorte vem num contexto um tanto quanto escamoteado (como já afirmado no início). Tais vozes, por exemplo, inobstante se digam imparciais, após referirem-se ao valoroso (segundo elas próprias) sucesso experimentado pelo Galo, e que todos são vitoriosos, e que o mérito é inegável, etc., etc., lá no meio, sem a mais mínima necessidade, absolutamente fora do contexto, fazem a ressalva: não se trata, aqui, de discutir-se se o CRB teve sorte, ou não, se o acesso à Série B caiu em seu colo, ou não. Não; o fato, repisam, é que o Galo tem todo mérito na conquista, etc., etc., etc. Pronto: acabaram com o mérito que não aguentam reconhecer.

O fato é que as vozes (e tintas) não suportam render-se estritamente à análise dos fatos (às batalhas) e do fato-resultado (a conquista) com a imparcialidade que apregoam. Assim como quem não quer nada, tratam de trazer um tema que, disfarçadamente, busca enodoar o feito alvirrubro. É o torcedor (e não o jornalista) atuando, por excelência. Na verdade, a minha primeira estranheza é com a suposição de que pudesse a conquista ter “caído no colo”, afinal colo bom, até onde sempre compreendi, é o de mãe. Mas se escolheu o do Galo, que seja. Mas há mais estranhezas.

Antes de formulá-las, porém, preciso primeiro explicar, com exemplos, o mal que faz a parcialidade ao futebol alagoano, particularmente em parcela do seu jornalismo. Pra se ter ideia, uma coluna de um grande jornal daqui anotou que o Campeonato Brasileiro da Série C estava tão bagunçado que até o Galo iria se classificar. Foi mais ou menos isto. Juro! Se eu não tivesse lido, não acreditaria. Outro, por sua vez, enumerando os fatos que foram destaque no ano que findava (retrospectiva/2011), omitiu a conquista do acesso à Série B pelo CRB. E não vou dar exemplo de outros fatos, não esportivos, que mereceram destaque pelo referido jornal, para não desmerecê-los, mas houve algo mais importante para o futebol maceioense (e alagoano, que me perdoe o ASA), do que a conquista do acesso pelo CRB? Ah! Mas a conquista do Brasileiro da Série A pelo Corinthians Paulista tava lá. Percebe?...

Também preciso antes trazer o significado da palavra sorte dentro do contexto em que é dita (ou escrita), naqueles casos. Sorte, assim, seria aquele evento que ocorreu por acaso. Tipo: não morreu, por sorte. No caso do Galo seria: conquistou o acesso à Série B, por sorte. Assim como ganhar na loteria, tá ligado? Qual o mérito? Nenhum. Mas vamos aos fatos, que explicam as outras estranhezas com a referência desmedida à sorte do Regatas.

Pois bem, o CRB disputou 14 jogos no Campeonato Brasileiro da Série C/2011 (além dos 02, na final). Classificou-se antecipadamente, completados 12 (dos 14) jogos realizados. Isto mesmo! Faltando ainda 02 a disputar, precisamente com o América/RN, no Trapichão, e o Luverdense/MT, na casa deste, o Galo já comemorava o acesso à Série B. Ah! Empatou esses dois, restantes, embora já classificado. 1º lugar no grupo, e conquista antecipada: sorte?

Mais: dos 06 jogos disputados na 2ª fase do certame, venceu 03 e empatou 03 (sendo que em 02 desses, não custa lembrar, já estava classificado). Assim, classificou-se antecipadamente, e invicto, com 03 vitórias e 01 empate em 04 jogos. Sorte?

Dos 03 jogos disputados na casa do adversário, venceu 01 e empatou 02 (em um destes últimos, ressalte-se, já estava classificado). Em casa, venceu os 03 que disputou. Sorte?

Teve como adversários de destaque, na 1ª fase, o poderoso Fortaleza e o América/RN. Perdeu lá, no Ceará e Rio Grande do Norte, mas ganhou em Alagoas, dos dois. Na 2ª fase, enfrentou o papão Paysandu e, novamente, o América/RN. O papão foi papado nas duas partidas (cá e lá; inclusive, cá, por goleada); do segundo, venceu uma e empatou outra (esta, no RN). Sorte?

Sabe de uma coisa? Vai ter “sorte” assim na casa da pexte! É,... pexte com “x”. Bem chiada. E com exclamação!