Crônica
Trezentos milhões de reais desviados do erário, supostamente por (vários) deputados da Assembléia Legislativa, pois que indiciados criminalmente em inquérito patrocinado pela Polícia Federal/AL. E se esse “irrelevante” feito sofreu alguma repercussão nos noticiários das grandes redes de televisão, foi tão insignificante que não me recordo.
Entretanto, novos tempos! Aquela Casa de Tavares Bastos — aliás, este sim, a esta altura certamente gostaria de que seu nome fosse de lá retirado — resolve, então, se debruçar sobre assunto da mais alta relevância. E o faz com notável e surpreendente afinco, talvez movida pelas renovadas energias trazidas pelos seus novéis membros. O assunto, motivo para tão hercúleos, úteis e justificados esforços: a necessidade premente e inarredável de alterar-se o nome do abandonado prédio, jogando-o (o nome e, se pudessem, acho, também o dono do nome) num canal daquele simpático bairro do Trapiche, lá deixando-o entregue aos vorazes sugadores de sangue humano (agora referi-me aos mosquitos, que, dizem, lá proliferam). Pois bem, em contrapartida, pretende aquela Assembléia rebatizá-lo com o nome de Rainha Marta, homenagem à brilhante alagoana, atleta do futebol feminino mundial. Em que sinuca de bico a meteram, hein?
Olha, pessoalmente, nem simpatizo muito com o Rei do futebol. Acho ele meio chato, insosso. Sem contar que às vezes fala umas besteiras... Nossa Senhora! Mas me orgulho, pra caramba, dele ser brasileiro, pelos seus feitos. E o fato é que lá pro início dos anos 1970 ele foi homenageado aqui, nesta terra. Deram o seu nome ao então novo estádio de futebol do estado. Ele não pediu. Foi dado, e pronto. Se ele não dá valor, se dá, pouco importa. Foi. Ponto. Pior do que eventual desdém que dele possa vir — não sei, mesmo, se vem — é a deselegância de desfazer a homenagem realizada. Com todo o respeito aos que pensam diferentemente, é inconcebível. Pra dizer o mínimo. Quanto à Marta? Ora, merecedora de todas as homenagens, como é, haverão de encontrar uma outra para fazê-lo. Pelo menos uma que não seja às custas de tamanha falta de educação e inadmissível infantilidade.
Sim! Já ia esquecendo! E a repercussão televisiva? Em editorial, no horário nobre! O tom? Vixe Maria! Carão da pega nos injustiçados e aguerridos e corajosos e altivos e nobres e sensíveis e, numa palavra (finalmente), trabalhadores deputados! Carão (para os não alagoanos): repreensão, admoestação. Só não entendo o porquê do desdém midiático quando do desvio dos 300 milhões... Vai ver que é porque uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa... Sei lá. Bom, enquanto isto... Ah! Aquela Casa fervia debatendo essa questão, orgulhando-nos “até umas horas”!
Sério. Desânimo que dá... Né, não? Ah! Já sei!! Acho que vou oferecer um lavadinho de roupa. É! É um santo remédio pra ocupar (melhor) o tempo. Bom, não vale a remuneração que recebem, mas pelo menos a gente passa algum sem sentir vergonha, seja por associação do nosso estado a atos de desonestidade, seja a atos de deseducação e .... Deixa pra lá. Bem, de esperança, agora, resta o palácio. Embora “não dê um tapa numa broa” pela recuperação do estádio, martirizando o nosso futebol a perder de vista (sem trocadilho), quem sabe ao menos não impede essa desmoralização, deixando o homem onde orgulhosamente (à época) o puseram?
Entretanto, novos tempos! Aquela Casa de Tavares Bastos — aliás, este sim, a esta altura certamente gostaria de que seu nome fosse de lá retirado — resolve, então, se debruçar sobre assunto da mais alta relevância. E o faz com notável e surpreendente afinco, talvez movida pelas renovadas energias trazidas pelos seus novéis membros. O assunto, motivo para tão hercúleos, úteis e justificados esforços: a necessidade premente e inarredável de alterar-se o nome do abandonado prédio, jogando-o (o nome e, se pudessem, acho, também o dono do nome) num canal daquele simpático bairro do Trapiche, lá deixando-o entregue aos vorazes sugadores de sangue humano (agora referi-me aos mosquitos, que, dizem, lá proliferam). Pois bem, em contrapartida, pretende aquela Assembléia rebatizá-lo com o nome de Rainha Marta, homenagem à brilhante alagoana, atleta do futebol feminino mundial. Em que sinuca de bico a meteram, hein?
Olha, pessoalmente, nem simpatizo muito com o Rei do futebol. Acho ele meio chato, insosso. Sem contar que às vezes fala umas besteiras... Nossa Senhora! Mas me orgulho, pra caramba, dele ser brasileiro, pelos seus feitos. E o fato é que lá pro início dos anos 1970 ele foi homenageado aqui, nesta terra. Deram o seu nome ao então novo estádio de futebol do estado. Ele não pediu. Foi dado, e pronto. Se ele não dá valor, se dá, pouco importa. Foi. Ponto. Pior do que eventual desdém que dele possa vir — não sei, mesmo, se vem — é a deselegância de desfazer a homenagem realizada. Com todo o respeito aos que pensam diferentemente, é inconcebível. Pra dizer o mínimo. Quanto à Marta? Ora, merecedora de todas as homenagens, como é, haverão de encontrar uma outra para fazê-lo. Pelo menos uma que não seja às custas de tamanha falta de educação e inadmissível infantilidade.
Sim! Já ia esquecendo! E a repercussão televisiva? Em editorial, no horário nobre! O tom? Vixe Maria! Carão da pega nos injustiçados e aguerridos e corajosos e altivos e nobres e sensíveis e, numa palavra (finalmente), trabalhadores deputados! Carão (para os não alagoanos): repreensão, admoestação. Só não entendo o porquê do desdém midiático quando do desvio dos 300 milhões... Vai ver que é porque uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa... Sei lá. Bom, enquanto isto... Ah! Aquela Casa fervia debatendo essa questão, orgulhando-nos “até umas horas”!
Sério. Desânimo que dá... Né, não? Ah! Já sei!! Acho que vou oferecer um lavadinho de roupa. É! É um santo remédio pra ocupar (melhor) o tempo. Bom, não vale a remuneração que recebem, mas pelo menos a gente passa algum sem sentir vergonha, seja por associação do nosso estado a atos de desonestidade, seja a atos de deseducação e .... Deixa pra lá. Bem, de esperança, agora, resta o palácio. Embora “não dê um tapa numa broa” pela recuperação do estádio, martirizando o nosso futebol a perder de vista (sem trocadilho), quem sabe ao menos não impede essa desmoralização, deixando o homem onde orgulhosamente (à época) o puseram?
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