Recado aos alagoanos

REGATIANO, AZULINO, ALVINEGRO, ou torcedor de qualquer outro time das Alagoas, valorize o futebol da sua terra! VOCÊ TEM TIME PRA TORCER!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Meu pai, o Galo e eu

(Postagem antecipada de quinta para hoje)

Meu pai é sócio-proprietário do Galo, título de n.º 59 (puxando pela memória). Começou a me levar pros jogos do CRB lá pela década de 1970. Saí várias vezes de mascote, não cabendo em mim de contentamento. Tanto que outro dia descobri que estou na foto do “Esquadrão” de 1974, no sítio oficial do clube na internet ― o terceiro, da esquerda para a direita (vide logo abaixo). Pense na emoção!

Último jogo no Rei Pelé, contra o Campinense, há umas duas semanas, encontrei o Silva “Cão” (na foto ao lado, é, agachado, o primeiro da direita para a esquerda). Por coincidência, no caminho ao estádio ia recordando de dois inesquecíveis momentos vividos naquela época: o primeiro, batendo picadinho com o mesmo Silva, no vestiário do Galo, em pleno Trapichão, momentos antes de um jogo. Fiquei todo ancho, todo metido.
Assim também quando nossos pais nos deixavam na concentração e de lá partíamos com os jogadores num ambiente de total confraternização, carinho e emoção, o peito cheio de orgulho. Uma vez sentei-me ao lado do centroavante Bié ― sempre me perguntava como ele conseguia cabecear com eficiência, com aquela cabeleira. Os colegas morreram de inveja. Era muito legal essa proximidade com nossos ídolos. Sou capaz de ouvir ressoando em minhas lembranças as brincadeiras, o clima, o suspense, as comemorações pelos gols.

Por vários anos funcionou a churrascaria do Trapichão. Ia sempre com meu pai e, já mais “velho”, com meus amigos regatianos, e também azulinos. Uma delícia encontrar todos por lá, antes e no intervalo dos jogos. A gozação, sadia, imperava. Depois dos jogos, ia com meu pai comer o galeto do restaurante Galo de Campina, no início da Paju. Nunca comi galeto igual, nem no meu amigo Caruaru, pra mim o segundo melhor.

Foi assim que nasceu meu amor pelo CRB, um sentimento que só faz fortalecer-se com o passar dos anos. Sim, houve uma época em que o traía, influenciado que fui pela mídia televisiva carioca e alguns amigos. Torcia também por um time de lá. Hoje não consigo entender como conseguia torcer por um clube de outros torcedores, de outro estado, se qualquer outro é rival, mais próximo ou não, do meu. Mas colonização é assim mesmo: as mais eficientes se dão sem dor.


Hoje tenho que agradecer a meus pais, que são felizmente regatianos, e a meu pai, que me levava aos jogos do CRB. E dar os parabéns(!) a meu pai e ao único clube do meu coração, o Clube de Regatas Brasil, por seus 80 e 99 anos, respectivamente. É que ambos fazem aniversário hoje, vinte de setembro. Assim, saúde abundante, alegrias a rodo e muitos, muitos anos de vida para ambos.