Recado aos alagoanos

REGATIANO, AZULINO, ALVINEGRO, ou torcedor de qualquer outro time das Alagoas, valorize o futebol da sua terra! VOCÊ TEM TIME PRA TORCER!

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

CRB: lute e vença!


Uns dizem que foi “barca”*, outros, um “dia infeliz”, outros ainda (muitos), inclusive profissionais do mundo do futebol, mostravam-se satisfeitos — apesar do desastroso resultado e, principalmente, do vergonhoso desempenho do time no 1º tempo de jogo —, afinal o objetivo era (só) voltar à Série B. Muito já se fez, então, concluo eu — sintetizando, do que diziam, a interpretação que facilmente realizava na volta pra casa —, de modo que o CRB não vencer o jogo, e mesmo perder a final seria algo quase irrelevante, de tão distantes das forças dos alagoanos a vitória e o título. O vice-campeonato, para esses, já estaria de bom tamanho.

Mas devo reconhecer que por um lado estão com razão os profissionais. Afinal, nunca vencemos uma competição nacional. Nunca. Donde voltar à Série B e ser vice-campeão já seria uma ótima façanha. Para esses e para a imensa maioria dos alagoanos. Vejam o retrospecto.

O périplo iniciou-se com a chamada Taça de Prata, que mal comparando seria equivalente à Série B do Campeonato Brasileiro no formato atual. Mal comparando porque além das diferenças no acesso e rebaixamento, o número de clubes disputantes era pelo menos o dobro do que é hoje. Assim, enquanto nas Séries A e B, no atual modelo, disputam 20 times, cada, nas Taças de Ouro e Prata de 1980 eram 40 e 64 os times participantes, respectivamente, e 40, em cada, nas de 1982 e 1983. Em resumo, enquanto hoje as Séries A e B totalizam 40 clubes, as Taças de Ouro e Prata, juntas, totalizavam 104 (1980) e 80 (1982/83). Se formos acrescer às Séries A e B os 20 clubes que disputaram a Série C neste ano de 2011, serão de apenas 60 o número total de clubes; ainda assim, observe-se, um número muito menor do que o total de clubes que disputavam as Taças de Ouro e Prata na década de 1980.

Explicado, sucintamente, o porquê de considerar a Taça de Prata apenas formalmente equivalente à Série B atual, volto ao cerne do texto. E assim fazendo, anoto que a referência restritiva à Taça de Prata de 1980/82/83 se dá porque foi exatamente nesses anos que Alagoas, então representada pelo CSA, disputou a final. Porém, o Azulão perdeu as três disputas. Três vezes disputou a final; três vezes não venceu.

Em 2009, foi a vez do ASA, disputando a Série C, chegar à final daquele certame nacional. Lamentavelmente, tal qual o CSA naqueles longínquos anos 1980, perdeu, sagrando-se vice-campeão.

Lá, em 1980, 1982, 1983 e 2009, como aqui, em 2011, o alagoano, em regra, acha tudo normal. Para nós, desgraçadamente o só fato de nossos times chegarem à final já está muito bom, obrigado.

Entenda-se, porém, que não estou a menosprezar os feitos alcançados por CSA, ASA e, hoje, CRB. Três vezes na final de uma Taça de Prata e uma vez, cada (ASA/2009 e CRB/2011), na da Série C do Brasileiro, tampouco. Muito pelo contrário. Valorizo demais da conta que tenhamos chegado às finais daquelas e desta competições. E, naturalmente, vibrei “até umas horas” com o feito do Galo: depois de uma campanha quase impecável, conquistou o tão sonhado acesso à Série B, e com duas rodadas de antecipação. Mais: valorizo sobremaneira a permanência na Série B, conquistada pelo ASA, neste ano. Como valorizei e comemorei uma barbaridade a permanência do CRB na Série B nos anos de 2005 e 2006.

A minha irresignação é com nossa leniência, com nossa falta de ambição, de auto-estima, de confiança em nós mesmos, de garra, de fé. A minha chateação é com nosso indisfarçável complexo de vira-latas, no dizer de Nélson Rodrigues. Nós, alagoanos, pensamos pequeno e, lamentavelmente, no futebol também agimos com pequenez. Contentamo-nos com pouco, não com o possível. Ao comemorarmos uma “simples” (as aspas são porque de simples não tem nada) permanência na Série B, estamos comemorando o então possível, e aí temos que comemorar, mesmo. Mas quando chegamos quase ao topo, dependendo apenas de nós mesmos alcançá-lo, e abdicamos de conquistar esse sonho, estamos nos contentando com pouco, não com o possível.

Por isto não posso aceitar como insignificante a derrota do CRB para o Joinville no último sábado, 03/12. Houvesse o Galo se mantido altivo, guerreiro, brioso, nada estaria a replicar. Mas é forçoso reconhecer que foi preguiçoso, medroso, acomodado, descompromissado (ao menos no 1º tempo de jogo).

Entretanto, quero crer que os homens que hoje dirigem o CRB saberão fazer por onde seus jogadores mudem a postura no próximo fim de semana, agora na casa do adversário, e ajudem a Santa Catarina — que em duas oportunidades, naquelas paragens catarinenses, já demonstrou ser regatiana — a ajudá-los. Esperança não me falta. É preciso lembrá-los que é nos momentos mais extremos que a pátria regatiana tem fé, para vencer o futuro, alegres, firmes, de pé. Exatamente como há 99 anos entoamos o belíssimo hino do clube.

O Galo pode, sim, mesmo com todas as dificuldades que terá de enfrentar, sagrar-se campeão. Mas é preciso desejar ser campeão. Compreender que é, afinal, plenamente possível. Ter fé. Desejar, mesmo. De corpo e alma.
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*farra

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

De volta à Série B. Agora, o título.


Nove participações na Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol, 23 na B — das quais 15 ininterruptas (1994/2008) —, quando caiu para a Série C, e onde está desde então (2009), mas só até este ano. Sim, porque quando escrevo o CRB acaba de conquistar, com duas rodadas de antecipação, o direito a disputar a Série B, em 2012. Nada mais razoável. Vê, só.

Além da presença nas Séries A (anos 1970/80) e B, o Galo de Campina ocupa a 36ª posição do ranking da Confederação Brasileira de Futebol, sendo detentor de 25 títulos estaduais e único time alagoano que jamais disputou a 2ª Divisão do Campeonato do Estado. Lamentavelmente — e lamentação será só esta —, durante os 15 anos ininterruptos disputando a Série B o Galo não soube aproveitar-se com inteligência e competência desse feito, inclusive negligenciando, na grande maioria das vezes, a competição regional.


Mas se engana quem pensa que o CRB é só futebol. Embora as atenções da torcida e da mídia estejam mais voltadas a esse esporte, o Galo é reconhecido como uma grande força também no voleibol — no estado, sua atuação não conhece adversários à altura —, basquetebol, handebol e futebol de salão (o atual futsal). Seu time feminino de vôlei de 1969, inclusive, sagrou-se campeão sul-americano no Chile (Santiago).

Voltando ao futebol e ao momento presente, faltando ainda um jogo em casa (no Trapichão), o Regatas — como também é carinhosamente conhecido, daí a denominação regatiano ao seu torcedor — ostenta o 29º lugar no ranking das maiores médias de público (2011) considerados os 100 clubes que participam dos campeonatos das Séries A, B, C e D, o que vem a demonstrar a força do seu maior patrimônio: sua vibrante e apaixonada torcida, conhecida na mídia tupiniquim como a Nação Fascinante do Galo. Fascina, mesmo.

Pois bem, se vencer uma das duas partidas que restam, contra o América/RN, aqui, ou contra o Luverdense/MT, lá, terá garantido o direito de disputar a final contra o Joinville, a primeira partida no Rei Pelé e a segunda em Santa Catarina, conforme sorteio realizado pela CBF. Mas, a propósito, é bom que os catarinenses não se fiem muito nessa aparente vantagem (para muitos é vantagem ter a segunda partida em casa). Por duas vezes, em 2005 e 2006, o CRB precisou da ajuda da Santa em jogos lá disputados, quando corria riscos concretos de cair à Série C, e esta o ajudou. Conclusão, segundo os dogmas canônicos: Santa Catarina é CRB! Assim, torcedores contrários, acautelem-se: O Galo quer(vai) ser campeão brasileiro!