Recado aos alagoanos

REGATIANO, AZULINO, ALVINEGRO, ou torcedor de qualquer outro time das Alagoas, valorize o futebol da sua terra! VOCÊ TEM TIME PRA TORCER!

segunda-feira, 15 de março de 2010

(Sur)Realismo grotesco

Foi um jogo horrível de se ver. Parece evidente que o CRB não necessita de dois volantes, quando já dispõe de três zagueiros. O que se ressente disto? O meio-de-campo; precisa ser experto pra concluir isto não. É quase que sempre partindo da zaga diretamente para o ataque. E haja chuveirinho na área. E haja troca difícil de passes próximo à área. E passes na sua maioria errados. Nervosismo, decorrente da pressão pela vitória? Pode ser. Jogadores novos em sua maioria. Mas não credito só a isto, não.

Na verdade, o CRB não consegue jogar contra uma marcação individual de seus principais jogadores de criação e ataque, dificuldade que aumenta em campos pequenos, como o é o da Pajuçara e os do interior do estado. Não bastasse, Edmar e Rodrigo Batata, por franzinos que são, sofrem sucessivas faltas, pouco marcadas e não punidas com o rigor com que deveria sê-lo. Essa dificuldade se manifesta com ainda mais visibilidade quando o adversário joga com forte retranca, como no caso do Santa Rita e de quase todos os clubes que jogam contra o Galo.

Mas o que mais me surpreendeu e explica o título da crônica foi a atitude dos jogadores do time adversário e as declarações de seu treinador aos microfones da Rádio Gazeta AM, logo após o jogo. Não de todos os jogadores, é bem verdade. Mas dos expulsos, para ficar só neles. Na verdade denominá-los atletas de futebol já é, por si só, enorme deferência, porque não foi como tais que se comportaram em campo. Os caras são completamente, completamente indisciplinados (mais uma vez, por estrita educação, direi desses indivíduos apenas isto). Indisciplinados.

Esses senhores — que talvez até sejam pais de família (se o forem, valha-me!) —, chutaram escancarada e violentamente, e por trás, a “canela” de colega de profissão, com estardalhaço explícito; fizeram ostensivos e repetidos gestos obscenos para a torcida do time adversário (seus filhos menores, se os tiver, ou suas esposas, se casado o forem, certamente não estavam entre aqueles a quem os referidos profissionais da bola dirigiram seus simpáticos dedos “maior-de-todos”*, não é?); agrediram-na ao chutar a bola em sua direção com o notório intuito de machucar algum torcedor (tivesse a “bolada” pego em uma criança, hein, irascível jogador?), tentaram dar um soco no rosto do árbitro, intimidaram-no fisicamente de modo absolutamente ofensivo, e foram justamente expulsos. Três expulsões, sem a mais mínima sombra de dúvidas justíssimas.

Pois não é que seu treinador teve o (glup**) desplante(!) de dizer que as três expulsões teriam sido injustas? Pasme, leitor! As três: injustas. Portanto, o que aconteceu, segundo compreende, não foram motivos suficientes a que o árbitro expulsasse os três (glup) jogadores(!). É..., talvez isto explique o comportamento de seus (glup) atletas(!).

Hein? O quê? O dono do time é o presidente da FAF? Que é Conselheiro do CRB? Que já exerceu a presidência do clube alvirrubro? Sério? Putz! Mas nesse ao menos um alento há: as devidas reprimendas serão induvidosamente impostas aos responsáveis pelo espetáculo grotesco de que fomos expectadores na Pajuçara. Alguém duvida?

* Maior-de-todos: dedo mindinho, senhor-vizinho, MAIOR-DE-TODOS, fura-bolos, cata-piolho, lembram (só não sei se tem hífen, mas se não tiver, desculpa aí!)
**Glup: engasgo; pigarro; dificuldade física inexplicável de pronunciar as palavras que imediatamente lhe seguem.
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Um comentário:

Pedro Henrique Pedrosa Nogueira disse...

Excelente post, meu caro, parabéns. Grande abraço.