Recado aos alagoanos

REGATIANO, AZULINO, ALVINEGRO, ou torcedor de qualquer outro time das Alagoas, valorize o futebol da sua terra! VOCÊ TEM TIME PRA TORCER!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

A pisa sofrida, bendita tenha sido

Crônica
Nem endoidei (pressupondo que sou bom do juízo), nem sou ou me tornei masoquista (pelo menos não conscientemente), tampouco gosto de apanhar (Deus me livre!, e sadismo também não é a minha praia, muito menos acompanhado de algum sofrimento), muito menos sou frio ou racional ao ponto de não ter ficado “puto da vida” (ops!, leitor, desculpe a expressão) com a humilhação e a vergonha experimentadas domingo.

Aliás, ontem, até às primeiras horas após o jogo, foi o tempo de extravasar a irritação, de reagir passionalmente ao tropeço (vamos chamar assim o desastre de ontem), com direito a xingamento a jogador, técnico, o escambau! Afinal, a gente também é instinto (controlado, porém), não é só razão. Dispensáveis, nesse aspecto, apenas as pedras. Só estas. Mas a lição, como se vê, ainda não foi aprendida pelos adeptos do arremesso desse perigoso objeto em jogos do CRB.

Hoje, ou, ainda, ontem à noite bem mais tarde, é chegado o momento de analisar friamente o acontecimento, tentando enxergar (e extrair) o que de bom pode vir a trazer ao Galo a surra sofrida. Em primeiro lugar, registro logo que continuo considerando a parceria um ótimo negócio para o Regatas. Aliás, as parcerias. A firmada com o Atlético/MG — por meio, aliás, da contratação da RT Sports, tida como parceira, embora, a rigor, cuide-se de uma empresa prestadora de serviços ao CRB — foi um achado, cobiçada, não tenho a menor dúvida, por vários times que enfrentam as dificuldades financeiras, econômicas e patrimoniais do Galo de Campina. E a RT Sports até agora também tem se mostrado interessante, com mais prós do que contras.

O problema, me parece, é a sua consideração como uma quase panacéia, remédio para todos os males. Não o é. E não o sendo — como de resto restou demonstrado pela pífia campanha do CRB no 1° Turno do Alagoano, agora com o coroamento da pisa humilhante, sofrida em plena Pajuçara, impingida pelo desacreditado, e até então em crise, ASA — cumpria encontrar outras saídas que viessem a se juntar àquelas exauridas pelas parcerias. Faltava dinheiro? Sem dúvida. Mas alternativas haveriam de ser buscadas no sentido de obtê-lo.

Naturalmente não se entenda essas palavras como falta de reconhecimento pela seriedade com que o trabalho vem sendo promovido pela atual Diretoria, que continua merecedora de nosso apoio. Mas urge dar-se outros passos, que possam vir a se somar aos já trilhados. As palavras do Presidente do Conselho Deliberativo do Clube, nesse sentido, logo em seguida ao desastre, seguidas das providências que elencou com vistas à obtenção de apoio financeiro para novas contratações, parecem um bom sinal de que a pisa surtiu efeito; parecem vir provar, mais uma vez, que é na crise que se cresce, a partir da constatação, não raro cruel (pisa dói), dos eventuais erros cometidos ou acomodações que se instalaram.

O CRB é adulto e capaz. Não precisa de pai ou mãe a lhe ditar rumos ou o seu destino. Nem os terá, diga-se de passagem. Precisa de parceiros, não de tutor. Mas também precisa do amor incondicional de seus torcedores. Com menos de 500 Craques-Torcedores atuais, estará sendo amado pela (enorme) parcela de sua torcida que tem condições financeiras de associar-se? Não se pode confundir desavenças ou discordâncias eventualmente existentes com quem dirige o clube, principalmente em momentos de dificuldade como agora, com o próprio clube. É nas dificuldades que o torcedor precisa mostrar o seu propalado amor. Cada um tem que fazer a sua parte. Pelo bem do CRB, que é quem, afinal, importa nessa história toda.
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