Recado aos alagoanos

REGATIANO, AZULINO, ALVINEGRO, ou torcedor de qualquer outro time das Alagoas, valorize o futebol da sua terra! VOCÊ TEM TIME PRA TORCER!

domingo, 30 de maio de 2010

Respeitem o maior clássico do estado

Quando você pensa que já viu tudo de ruim no futebol de Alagoas, mais precisamente daquele vindo da capital, constata que a fonte é mesmo inesgotável aqui na terrinha.

Como é que se tem a “brilhante” ideia de realizar jogos-treino entre os maiores rivais do estado, acostumados – os seus torcedores mais velhos, é bem verdade – a assistir a disputas memoráveis, limpas (sem spray de pimenta e sem um cai-cai desmesurado) e testemunhadas por duas multidões de torcedores? Pior: como se tem o desplante de tornar essa ideia uma realidade? Não! O pior vem agora: como é que se tem o, digamos, devaneio de chamar esses dois amistosos (que na verdade, excetuado o fato de que se dariam entre dois rivais históricos, não passariam de jogos-treino, como tratei de situá-los logo no início da crônica) batizando-os com nome de torneio? Torneio entre dois? I Desafio das Multidões? Os times se formando, seus jogadores mortos em campo, desentrosados, com esquema tático sofrível (e aqui estou sendo generoso)... Seria risível, não fosse triste, lamentável e, por isto mesmo, vergonhoso.

E a participação das duas torcidas? Essa foi um caso à parte. Somente aqueles que não conhecem minimamente as voltas que o futebol dá, ou tem, para imaginar que esses dois jogos-treino, com as características acima citadas e completamente previsíveis, e sofrendo a concorrência da TV, tupiniquim e do sudeste do país, pudesse atrair um número considerável de torcedores. No final, um quase fiasco, comparativamente à história do clássico CRB X CSA, que com justeza se denomina Clássico das Multidões.

Não bastasse, nossas autoridades responsáveis pela segurança em jogo de futebol entre agremiações rivais não se sentiram capazes de permitir, ao menos, que ambas as torcidas se fizessem presentes em cada um dos amistosos. Não! Num, em que o mando de campo era azulino, somente poderiam ingressar no estádio torcedores com a camisa do time mandante. E vice-versa. Não imagino isto acontecendo em jogos entre as maiores e mais violentas torcidas (organizadas) do país. Mas em Alagoas é assim mesmo. Somos muito mais competentes em se tratando de segurança...

Eu, como regatiano que sabidamente sou, somente “pude” ir ao segundo jogo, já que ir pra não torcer não tem a mais mínima graça. Donde só me restara o jogo-treino na Pajuçara. E que jogo! Pense num troço ruim de ver! Na verdade, a única emoção trazida, à exceção dos gols, seria decorrente de serem rivais históricos. Mas, convenhamos, é muito pouco para se desrespeitar, dessa maneira, o maior clássico do estado. De qualquer modo, no que toca ao Regatas serviu de alerta. Ou esse time melhora, ou a Série C, também ela, vai deixar saudade. Quanto ao CSA, apesar de tão ou mais sofrível o futebol apresentado, é difícil imaginar que não retornará à 1ª divisão do Alagoano.

Por fim, não poderia deixar de comentar, infelizmente, a maior emoção sentida se deu por obra e graça da claque do CSA (presidente, diretores e muitos arrogantes seguranças), que desrespeitando aqueles que, obedientes à determinação das autoridades de segurança (equivocadas, embora) e em respeito à torcida azulina, não foram ao jogo anterior vestindo qualquer camisa alusiva ao Galo, compareceu à Pajuçara com a camisa identificadora de seu time. Será porque seu presidente é político e alguns políticos de nosso estado pensam que essa condição lhes confere o direito de fazer o que bem querem? Bom, seja como for, “caíram do cavalo”. Ops! Da cabine onde se encontravam. Ah! Não posso negar! Senti imenso prazer em vê-los saindo, expulsos pelos torcedores regatianos alojados nas cadeiras do Severiano Gomes Filho, que não se calaram e exigiram, continuada e insistentemente, a retirada da turma. E meu filho adolescente, e o de minha namorada, ali testemunhas dos fatos, puderam aprender que nem sempre o melhor é calar. Mesmo quando a “causa” pareça irrelevante.

_________________

Também postada no sítio Futebolalagoano.com

4 comentários:

Celestino disse...

André, também fui àquele fatídico "classico das multidões"; que brincadeira de mau gosto foi feita com o torcedor regatiano, principalmente no quesito "maior torcida". Caramba! Saí do estádio Severiano Gomes Filho, cabisbaixo, envergonhado, indignado até com os nossos diretores que aceitaram aquela palhaçada. Num clássico fora de época, sem torcedores de ambos os lados, nas duas oporltunidades (no estádio do Corinthians Alagoano e no do CRB, como se poderia avaliar a maior torcida? Olha, sou uma pessoa otimista, mas não vejo nada que nos possa trazer de volta à série B. Estou um tanto desacreditado. Mas... sou Galo até o fim.
Grande abraço!

Maria Moura. disse...

também achei esquisitíssimo um jogo de uma torcida só, André.
rsss
estive registrando o primeiro pel'O Jornal e senti esse vazio clássico, como naquelas discussões em que só um expressa o que sente.
não sou muito afeita a futebõl, mas acho que vc está certíssimo. especialmente na expulsão dos diretores "furões".
um abraço,
MM.

André Falcão de Melo disse...

Ah, Maria!... Realmente foi um misto de frustração com irresignação... Mas a expulsão foi, mesmo, feliz ou infelizmente, o melhor do arremedo de clássico.
Brigado por te ver por aqui de novo! Deixa-me muito feliz!
Antes q me esqueça: PARABÉNS PELO PRÊMIO!! PARABÉNS, MESMO!!
Abcs

André Falcão de Melo disse...

É, amigo Celestino... Confesso que "no particular" por vezes expresso algum pessimismo... Mas prefiro acreditar nos bons propósitos de nossa amadora (como as demais, ressalte-se) diretoria. percebo, pelo que colho lá de dentro, que ela continua tentando acertar. Só espero q acerte AGORA. Grde abraço, amigo! E sucesso pro nosso GALO!