Recado aos alagoanos

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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Fale, presidente!

Tenho muita cautela ao referir-me ao presidente do CRB. Conheço-o superficialmente, mas assim me posiciono (com cuidado), seja porque — segundo voz corrente — trata-se de homem de bem, seja porque — também segundo voz corrente — administrativamente saneou um tanto considerável de desorganização que havia no clube e na Pajuçara, seja porque — ainda segundo voz corrente — é devotadamente dedicado ao Galo. Não bastasse, a presidência do Clube de Regatas Brasil tem em seu presidente um torcedor de escol (aqui também, segundo voz corrente). Se assim o é — como a bendita e insistente voz corrente o diz —, tem o presidente do clube do meu coração, portanto, o meu mais profundo e sincero respeito.

O principal problema que enxergo em sua administração, porém, reside em apenas uma, mas significativa característica que a figura humana do presidente empresta ao cargo: sua excessiva discrição, que não raro beira, ou aparenta, inadmissível omissão.

Não são poucas as vezes em que se espera a palavra do presidente. Não são raras as oportunidades em que se enxerga nele aquele a quem caberia pôr fim a desavenças, vaidades, discórdias, fofocas, mexericos, ciúmes... Mas se a sua voz se faz audível no interior da Pajuçara — porém, outra voz corrente assim não atesta —, infelizmente a impressão que é passada, por seu silêncio, ao patrimônio maior do clube (seus torcedores) é a de que da presidência som não fora emitido.

As mudanças na diretoria, por exemplo, conferem a sensação de que o CRB é uma nau sem leme. E não chega a tanto. Mas é que figuras vêm e vão sem que se entenda, já que saíram, por que saíram, pois que voltaram. O pior: quando voltam — ou será quando vêm? — alteram todo o trabalho que vinha sendo até então realizado, não raro desfazendo aquilo que havia de bom. E não se sabe o que pensa o presidente, já que não fala. Então é conivente. Nem que seja, como parece, por omissão.

Também não consigo entender como pode a diretoria de um clube acolher entre seus quadros torcedores do time rival. Ainda se admitiria quando o contrato é profissional, remunerado, portanto. Mas na Vice-Presidência? Diretor? No CRB, entretanto, pode. E entra, e sai, e entra de novo... Com o beneplácito do presidente. Valha-me.

A impressão que se tem é que o clube é um grande e maltratado laboratório, onde muitos que não entendem de futebol vão aprender como fazê-lo, além dos que o usam para obter vantagem financeira, empresariando jogador, por exemplo. Isto também é voz corrente, para fechar a crônica com ela. E como não são responsabilizados por seus atos, ainda experimentam sem maiores cuidados. E é nesses momentos que o silêncio do presidente se torna mais incômodo, mais “audível”.

Fala, presidente! A gente não quer continuar “ouvindo” apenas o seu silêncio.

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