Recado aos alagoanos

REGATIANO, AZULINO, ALVINEGRO, ou torcedor de qualquer outro time das Alagoas, valorize o futebol da sua terra! VOCÊ TEM TIME PRA TORCER!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Abra o olho, CRB!


Crônica
Campeonato Alagoano/2009. O CRB, dando continuidade à valorização dos atletas formados no clube, iniciada ao final da frustrada campanha no Brasileiro da Série B, e com o respaldo da torcida, inicia a disputa do certame estadual. Vencidas as primeiras (e muitas) dificuldades, termina o 1° turno com apenas 11 pontos. À sua frente, no seu grupo (B) — o mais forte do campeonato —, o Murici, com 13 pontos (dois a mais) e o ASA, com 18 (sete a mais). Comparativamente ao Grupo A, o CRB teve o mesmo número de pontos do 2° lugar, mas com uma vitória a mais. Mesmo assim, não se classificou.

2° Turno: O CRB, demonstrando notória evolução, comparativamente ao futebol apresentado no 1° Turno, soma 19 pontos, mesmo número de pontos do ASA (2° do seu grupo), mas com menor saldo de gols. Assim, passam para a fase semifinal, o Corinthians (20 pontos) e o Coruripe (12 pontos), pelo Grupo A, este último com 7 pontos a menos do que o Galo; e o Igaci (22 pontos) e o ASA (19 pontos), pelo “B”, do CRB.

Portanto, enquanto disputaram o mesmo número de partidas — na fase classificatória — o ASA, ao final campeão alagoano, conquistou 37 pontos; o CRB, 30 pontos. Diferença de 7 pontos, ou 2 vitórias e 1 empate, em 18 jogos. Como o ASA passou para as fases seguintes, tanto no 1°, como no 2° Turno (o que não ocorreu com o CRB, que não se classificou em qualquer deles), conquistou mais 14 pontos, totalizando 51. Mesmo assim, isto é, mesmo não passando para a fase seguinte em nenhum dos turnos, o CRB termina a disputa em 3° lugar na classificação geral, atrás apenas de ASA e Corinthians Alagoano, e à frente, cabe destacar, de Murici e Ipanema — que se classificaram à semifinal do 1° turno — e de Coruripe e Igaci — que se classificaram à semifinal do 2° turno —, portanto tiveram mais pontos a disputar do que o Galo —, além dos demais.

Apesar do desfecho pobre, considerando-se a tradição do Regatas, não se pode afirmar que foi uma campanha desastrosa, ou que fez vergonha, porque não se pode fechar os olhos às circunstâncias difíceis que vem, corajosa, organizada e competentemente enfrentando. Tampouco se pode negar, principalmente, que viesse apresentando um futebol desagradável aos olhos da torcida e da diretoria.

Pois bem, esse breve retrospecto é para melhor dar sustentação ao que vejo, com assombro, implantando-se, agora, na Pajuçara. Começo estranhando que, para justificar a vinda de mais de meio time do Ferroviário do Ceará, tenha o treinador recém contratado afirmado que o CRB era deles precisado, já que o plantel que dispunha no Alagoano não conseguiu sequer se classificar para as fases seguintes, no 1° e no 2° turno. Portanto, como “para bom entendedor meias palavras bastam”, compreendi que afirmara ser o CRB um time ruim, sofrível, incompetente. Logo, reforços daquele nível seriam necessários, já que trariam qualidade ao Regatas.

Passados alguns dias, volto a ouvi-lo tecendo críticas ao time do Alagoano, enquanto enaltecia os jogadores trazidos, o time de onde vieram e a campanha realizada no campeonato cearense, onde lograram um 3° lugar. Aí, estranhei de novo. Mas o CRB não foi, também, o 3° colocado no nosso campeonato? O CRB não vinha apresentando um futebol razoável, chegando mesmo a agradar aos olhos de sua exigente(íssima) torcida? Meu estranhamento só aumentou quando o ouvi comparar a pontuação geral do ASA (51) com a conquistada pelo Galo (30). Foi taxativo, do alto de sua experiência: “contra números não há argumentos!” Quase me convenci... Mas o diabo é que lembrei (oh!, memória, por que não falhaste?) que os 51 pontos do ASA foram conquistados somando-se o da fase classificatória (em que ambos participaram) com aqueles ganhos nas semifinais e finais disputadas pelo alvinegro (nestas, sem a participação do CRB). Olhada aquela, a diferença é de 7 pontos, sendo importante repetir-se que no 2° turno o CRB igualou o número de pontos ganhos pelo ASA, campeão alagoano.

Ora, essa me parece a interpretação correta, tomando-se a análise que estava sendo feita. Fosse tão deplorável, assim, o CRB não estaria com o mesmo número de pontos do campeão alagoano (19), antes de iniciadas as fases seguintes. Mas ainda assim, mesmo não passando para as semifinais e finais em ambos os turnos, ainda termina em 3° lugar no cômputo geral. Pôxa, volto a indagar: não foi tão ruim assim, ou foi? E quando a gente se lembra que o Ferroviário, esse celeiro de jogadores tão imprescindíveis ao CRB, também conquistou um 3° lugar lá, no seu campeonato? Eu estranho. Não vou negar.

Minha estranheza ancorou, finalmente, na observação do clima de discórdia, confusão, indisciplina e desunião que se alojou na Pajuçara. Primeiro, sai, brigado, o centroavante e artilheiro do clube, até então elogiado por todos (torcida, diretoria e imprensa). Depois, chegam alguns à concentração após o horário marcado, um deles embriagado. Todos queridos pela torcida e pela diretoria, até então. Outro, vindo do arquirrival com fama de barqueiro, teve um comportamento exemplar, elogiadíssimo pela torcida e pela diretoria. Agora, são um bando de baderneiros indisciplinados. Por quê? O que está havendo na Pajuçara? Por que lá se instalou esse clima nada agradável? Perdemos o artilheiro, perdemos o ala esquerdo(?), perdemos o meio-campista de qualidade incontestável(?).

Pra piorar (seria conseqüência?), jogamos mal contra o Salgueiro/PE — com todo o respeito, saca o time que jogou melhor do que o Galo(!) —, perdemos, e poderíamos ter perdido de mais. O que está acontecendo, CRB? Abra o olho, companheiro! A Série D é logo ali.
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Foto, em http://niilismo.net/
Também postada nos sítios Futebolalagoano.com e FutNet

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