Recado aos alagoanos

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terça-feira, 5 de maio de 2009

Nem só por títulos cresce uma torcida

Crônica
O CRB é um perfeito exemplo. Desde 1990, apenas quatro títulos (92, 93, 95 e 2002). Razões? A principal: não raro os dirigentes que por lá passaram não priorizaram a disputa regional, mas o Brasileiro da Série B. Sua torcida, porém, cresceu avassaladoramente.

Portanto, já afirmo: nem só de títulos vive (e cresce) uma torcida. Isto é a propósito do mando de campo do CRB neste domingo, contra o CSA, e a consequente ocupação — inédita no clássico e, portanto, histórica — das chamadas “grandes arquibancadas” por seus torcedores.

Desde os anos 1970, as torcidas de CSA e CRB ficaram assim distribuídas em dia de clássico: nas GA, a do Azulão; nos grandes e pequenos “poleiros” — as arquibancadas ao lado das cadeiras até àquelas situadas atrás dos gols (estas últimas, área mista) —, a do Galo. A razão, abstraindo a política (dizem), o tamanho. À maior, as GA. À menor, os “poleiros”.

Domingo, entretanto, o próximo Clássico das Multidões, com a referida e inédita ocupação das GA, vai marcar na sua história o que se vem consolidando ao longo dos últimos vinte anos: o impressionante crescimento da torcida alvirrubra. Com efeito, tão exagerado que até se discute se já não seria a maior do estado. Argumentos não faltariam. Dois exemplos: o Trapichão várias vezes completamente lotado de regatianos nos últimos anos, em jogos de uma só torcida, além de uma pesquisa recentemente realizada pelo respeitado Data Folha, que atestava sua supremacia.

Bem, à míngua de títulos, esse incontestável crescimento, penso, deveu-se, principalmente, à ininterrupta atividade durante aqueles quinze anos de Série B (1993 a 2008), aliada ao insucesso do seu principal rival nos regionais, inclusive ao rebaixamento deste à 2ª divisão do alagoano, onde passou dois anos (2004/2005).

É verdade. Se nunca venceu a Série B, também é certo que nunca havia deixado de disputá-la. Se lá sua melhor colocação foi um 5° lugar em 1997, é certo que o torcedor do CRB viveu ali inúmeras alegrias. Se tem menos títulos que o CSA, é fato também que tem mais vitórias do que o rival nos confrontos diretos. Numa palavra, emoção. E emoção de felicidade não há só em conquista de título. Há, também, e não raro com mais frequência, em estar em atividade. Ou por outra: com jogos para jogar, partidas a disputar, e até permanência a alcançar. E, a cada trunfo, comemorar. Numa palavra (ou duas): estar vivo.
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*Escrito em 1°/05/2009
*Tb postado nos sites Futebolalagoano.com e FutNet

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