Recado aos alagoanos

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quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Acorda, Conselho!

Crônica
Às vezes me pego pensando em como deve ser difícil dirigir, com boas intenções — bem entendido e ressalvado, claro —, um clube de futebol. Particularmente quando se trata do Clube de Regatas Brasil, o CRB. É que o único Galo de Campina do Brasil tem um patrimônio digno de clubes de Série A, dívidas estratosféricas, também de Série A — porém típicas daqueles desorganizados (ou explorados por dirigentes mal-intencionados) —, uma torcida, igualmente, de Série A — exigente demais da conta; suas reivindicações, por vezes, parecem estar sendo dirigidas a um clube do porte de um Flamengo/RJ ou São Paulo/SP —, e uma estrutura e economia de Série C.

Por outro lado, sua heróica participação ininterrupta, por 15 longos anos, no Campeonato Brasileiro da Série B, é responsável por sua sobrevivência e destaque nacional, mas, ao mesmo tempo, por suas maiores dificuldades financeiras. É que para formar times competitivos o Galo endividou-se incontáveis vezes, e não raro de maneira atabalhoada e irresponsável, no afã de se contratar jogadores caros, mas, muitas vezes, ineficientes. Basta que se constate o enorme e, por isto mesmo, surpreendente número de ações trabalhistas em que se viu condenado e executado, sem nunca ter oferecido uma defesa sequer. Nessas ocasiões, deixaram o clube se espatifar, esborrachar-se nas lides laborais, muitas delas propostas, inclusive, de má-fé, com o intuito premeditado de explorar o clube, completamente indefeso.

Quase R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) em dívidas já em fase de execução é um número que impressiona qualquer um. Fora as ações sobre as quais pende recurso a ser julgado, fora os débitos fiscais, fora as despesas de gestão diárias. Fora as rasteiras patrocinadas por cópias de regatianos, dublês de empresários que têm a práxis de abiscoitar parte de negociações realizadas com jogadores formados no clube. É, amigo leitor, não deve ser fácil, não.

Apóio o trabalho que vem sendo desenvolvido no CRB. Faço publicamente, sem ganhar nada com isto, e até sem conhecer, intestinamente, as finanças e entraves do Galo ou as condutas de seus dirigentes. Falo do que vejo, do que está na imprensa, dos resultados colhidos, das atitudes percebidas e constatadas. Isto não significa seja perfeito, que não haja o que melhorar, que não se cometa erros. Significa, apenas, que enxergo dedicação, criatividade, competência e sacrifício no exercício de sua gestão.

O fato, caro leitor, é que não há mais quem se disponha a administrar um clube como provedor. Logo, não há sobrevivência sem administração empresarial, sem política de “pés no chão”, sem torcida que ajude financeiramente (os membros que puderem, naturalmente), sem conselheiros atuantes e economicamente participativos. A administração tem se modernizado — falta muito, mas tem —, a torcida tem colaborado — falta um bocado, mas tem. Quem quase nada tem realizado, nesse sentido, é o Conselho, excetuando-se o seu Presidente e alguns poucos. E aí? Vai continuar esse marasmo? Já passa da hora, né não?!

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