Recado aos alagoanos

REGATIANO, AZULINO, ALVINEGRO, ou torcedor de qualquer outro time das Alagoas, valorize o futebol da sua terra! VOCÊ TEM TIME PRA TORCER!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Maceió não é(será) Taguatinga/DF

Crônica
É importante que se registre: o CRB não é o Corinthians Alagoano (com todo, todo mesmo, respeito a este último, à sua ainda diminuta torcida, e aos profissionais que o fazem), e Maceió não será uma nova Taguatinga/DF, até porque o Galo tampouco é o Gama. Em comum, apenas a primeira letra. Assim, que não imaginem, os alagoanos torcedores do Corinthians Paulista nesta cidade, que repetirão, no Trapichão, o espetáculo deprimente que se viu num Nelsão repleto de alariocas vascaínos — quando o alvinegro alagoano enfrentou o Vasco da Gama/RJ —, tampouco o que vi, há pouco, na TV — a supremacia absoluta dos torcedores do time paulista sobre os do time da região, o Gama/DF.

No estádio da Via Expressa, não bastassem os torcedores da região torcendo ardorosamente pelo clube carioca — contra, repise-se!, o então único representante das Alagoas —, ainda tivemos que ouvir entoarem loas ao estádio de São Januário (do visitante), como se lá estivessem, e xingamentos ao clube alagoano. Enquanto assistia àqueles espetáculos — um, o jogo de futebol em si, e o outro, o proporcionado pela torcida alagoana-carioca —, não pude evitar que a tristeza me abatesse, menos pela derrota honrosa do time alagoano (que não a merecia), mas mais pela demonstração de desvinculação à própria terra da maior parte dos torcedores do clube da cruz de malta. É um direito? É. Deve ser respeitado o exercício desse direito? Deve. Absolutamente respeitado. Mas esse comportamento público, como qualquer outro, exatamente por ser público, não está, entretanto, imune a comentário, a análise, a crítica. Para o sim (favorável) ou para o não.

Quando o time da terra é um time rival, a gente ainda digere mais facilmente, porque está-se torcendo contra o rival, e não a favor do visitante. Embora não ache que seja uma atitude muito inteligente — porque no nosso sofrido futebol não podemos sequer nos dar ao luxo de ter um dos rivais em má situação —, vá lá que seja. Mas, mesmo sendo rival, torcer contra o CSA, por exemplo, por ser torcedor do time de fora que contra ele jogue, sendo o CSA da minha terra, como é... É dose! Como é que um torcedor do CRB vai vestir uma camisa de um time do Rio ou São Paulo, e ir ao estádio para torcer contra o Azulão do Mutange, mesmo sendo este o maior rival do Galo? Ou vice-versa? O CSA e o CRB são rivais aqui dentro, mas lá fora os respeitem, porque são o meu estado. Respeito quem pensa e age diferente, claro, porque cada um tem o direito de torcer pelo time que quiser, e contra quem quiser, mas é triste ver. Pode crer. E se calar, não dá.

Pois bem, aqui, diferentemente do que se deu lá no Nelsão e em Taguatinga/DF, a torcida do Galo e de todos os que amam — por completo — a terra em que nasceram ou que escolheram, saberão honrar este estado e seu povo, e a si mesmos, lotando o trapichão de alagoanos torcedores de Alagoas, e dando um exemplo, para o país, do que é auto-estima elevada. Aqui, haverá de se ver um dia, não será mais terra de torcedores do Rio de Janeiro ou de São Paulo, porque estes compreenderão que o estado precisa deles inteiros. E aqui mesmo, já daqui a alguns meses, lá no Trapichão, se verá que Alagoas tem futebol, tem tradição, tem alagoanos.
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Também publicado no sítio Futebolalagoano.com

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