Recado aos alagoanos

REGATIANO, AZULINO, ALVINEGRO, ou torcedor de qualquer outro time das Alagoas, valorize o futebol da sua terra! VOCÊ TEM TIME PRA TORCER!

domingo, 25 de maio de 2008

Há motivo para o clima de crise no CRB?

Crônica
Para responder a esta pergunta, voltemos um pouco no tempo. O CRB terminou o 2° turno em 2° lugar no seu Grupo (A), com 1 vitória e 2 pontos a menos do que o ASA (o 1° lugar). Um percentual de aprovação (60%) superior ao do seu maior rival, o CSA, que foi o 1° do Grupo B (58,33%). Sofreu 2 derrotas, para Murici e Igaci. Em compensação, venceu o Coruripe (2 vezes, uma delas por 3 x 1), os mesmos Murici e Igaci (este, por 3 x 0) e o Santa Rita (pela histórica goleada de 6 x 1). Jogou com o CSA — que depois sagrou-se campeão alagoano, após uma série de jogos com o ASA (3 vitórias e 1 empate) —, e empatou 2 vezes, ambas em 1 x 1.

Apresentou, a meu ver, notório crescimento. Não se há de esquecer que a própria torcida alvirrubra cantou ao menos em duas oportunidades, no Trapichão — após o empate com o CSA e a vitória de 3 x 1, sobre o Coruripe, lá no “Gerson Amaral”, precisamente durante os jogos que se seguiram, contra o Santa Rita (6 x 1) e Igaci (3 x 0) —, um coro de ovação ao time, por não dispor de dinheiro para pagar aos seus jogadores, que estavam, então, com salários atrasados. Aliás, como inúmeros clubes medianos e grandes do país. Demonstrava, assim, estar satisfeita com a evolução do Regatas.

Havendo passado às semifinais, como 2° lugar do seu grupo, o CRB enfrentou o ASA em duas ocasiões, tendo colhido empates em ambas (1 x 1, em Maceió, e 2 x 2, em Arapiraca). O mesmo ASA de quem o CRB sofrera, no 1° turno — quando estava muito ruim —, uma goleada, em plena Pajuçara (5 x 2). Do mesmo ASA que perdeu o 2° turno para o CSA (2 derrotas) e as finais para o mesmo CSA (1 derrota e 1 empate), em quatro jogos seguidos. O mesmo CSA, que apesar de campeão (com mérito!), não logrou vencer o Galo.

Iniciado o Brasileiro, o CRB, com menos de 10 dias para preparar-se — já que tem notórias dificuldades financeiras, como sabido —, e mantendo a base que realizou essa campanha do Alagoano, sofreu, em pleno Pacaembu restaurado e em clima de festa para os paulistas (quase 40.000 pessoas) e com o máximo de interesse da mídia nacional (foi o maior público telespectador do dia), uma derrota por 3 x 2, para muitos injusta. Em seguida, lamentavelmente, cedeu, em casa, um empate para o São Caetano — que parcela considerável da imprensa esportiva considera o 2° favorito ao título —, e perdeu em Goiás, para o Vila Nova, por 2 x 1, quando dominara todo o 1° tempo de jogo.

Ora, penso que a grande anormalidade ocorrida, até agora — se considerar-se que vencer em casa é obrigação —, foi o empate cedido para o talvez 2° melhor clube da competição. Perdeu do famoso Corinthians Paulista; perdeu, num Serra Dourada bastante concorrido, para o Vila Nova (e não jogou mal, parece ter cansado no 2° tempo); e empatou com o São Caetano/SP.

Observo, por outro lado, que a diretoria do CRB vem se mexendo, contratando com razoável rapidez. É certo que contrata dentro de um teto salarial que não é, nem de longe, o ideal. Mas vem trabalhando. É certo, também, que é passível de críticas — vide, por exemplo (e há outros), a relutância (ou resistência) no caso da contratação do treinador Roberval Davino —, mas é o caso de tanto alarde e clima de crise? Criticou-se tanto a parceria com o Atlético/MG — cobiçada por vários clubes com as dificuldades do Galo de Campina —, e ela agora está se esvaindo, dada a crise do Galo Mineiro. Algo a menos para se criticar, então. Por que o desespero, a fissura, o ataque, e não o apoio? Não há mais por que apoiar?

O fato é que não vejo — até agora, pelo menos — motivo para essa celeuma toda. E os torcedores — e, principalmente, os Conselheiros que não contribuem com o clube — precisam lembrar que a melhor crítica é aquela amparada pela participação financeira. O mesmo plantel que ouviu, no Trapichão, o coro em que a torcida manifestava o desejo de pagar-lhe o salário atrasado, porque o time seria do c..., foi aquele que se viu prestigiado por uns pobres gatos pingados envergonhados (pela solidão), lá no Coaracy, em plenas semifinais. Pedir melhores jogadores é um direito. Protestar pela sua contratação, idem. Mas precisa ser em clima de crise?

Sei lá... É só pra reflexão. É que, nessa hora, penso que o apoio é mais importante e, ainda(!), válido.
_________
Também publicada no sítio
FutebolAlagoano.com

Nenhum comentário: