Recado aos alagoanos

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terça-feira, 31 de março de 2009

Finalmente, O Clássico!


Crônica

E esse promete. Não bastasse a natural (e saudabilíssima) rivalidade entre os dois mais tradicionais clubes da capital, o andar da carruagem vem colocar ainda mais pimenta nesse já por si só escaldante tempero.

Do lado do CSA, além das caras contratações realizadas — desde o início do campeonato é compreendido pela maioria da crônica esportiva e, até, de parcela significativa dos torcedores rivais, como o time de melhor plantel (no papel) —, recentemente foram contratados nomes que, além de considerados de peso para o cenário futebolístico alagoano, alguns têm a particularidade de já terem defendido o seu principal e, para mim, único rival: o Galo da Pajuçara. Refiro-me ao jogador Jr. Amorim e ao treinador Julio Espinosa.

O primeiro, aquele mesmo que jurava morrer de amores pelo alvirrubro alagoano, reivindicando por suas atitudes o papel de ídolo contemporâneo do Galo, inclusive patrocinando a famosa cena — para uns patética, para outros denotadora do amor que dizia devotar ao clube — de ajoelhar-se no gramado do Rei Pelé, às lágrimas e por longos minutos, após o último jogo da frustrada campanha da Série B/2008. O segundo, que saíra do CRB há alguns dias à alegação de que “não estava feliz no clube”, apesar do bom trabalho que vinha desenvolvendo até então, e de que, talvez por ser por demais discreto, nunca deu margem a que sequer se desconfiasse do desconfortável estado de espírito em que confessou se encontrava; aliás, talvez por isto tenha logo em seguida ido buscar distrair-se assistindo ao jogo do seu agora atual clube (feliz coincidência, naturalmente). Evidente que isto repercute muito positivamente em grande parte da torcida azulina, que além de não desconhecer a competência dos dois profissionais, regozija-se por tê-los tomado para si e, por isto mesmo, sonha vê-los triunfarem contra o seu arquiinimigo. Esta a pimenta azuladíssima do clássico.

Da parte do CRB, a pimenta torna-se mais encarnada do que já naturalmente o é. É que se um lado dispõe de um plantel muito menos custoso financeiramente, prenhe dos chamados pratas-da-casa — em teoria, portanto, tecnicamente mais fraco do que o do rival —, mas que vem apresentando notória evolução, de outro, esses mesmos fatos que mexem com as emoções do rival, esquentam, à ebulição máxima, as do Galo da Praia, cujos torcedores e, certamente, seus diretores, além da vitória em si, anseiam possa o jovem time do Regatas dar o troco, em campo, aos dois por muitos já denominados traíras do clube

E ainda bem que o famoso discurso do “sou um profissional” permanece não encontrando guarida no seio dos torcedores, de um modo geral, e dos alagoanos, está-se vendo, em particular. É que o torcedor é movido pela emoção da paixão, do amor ao clube e, assim sendo, não perdoa, da parte dos demais atores dessa vida chamada futebol (jogadores e diretoria), a mais leve sombra de alguma atitude que soe traição. Ainda que muitos não sejam tão fiéis assim, ao dividirem seu amor com outro clube, de outro estado. Mas isto é assunto pra outra crônica...

Bom, como se vê, essa batalha — que somente pode e deve ocorrer em campo, registre-se(!) — tem tudo pra dar o saudoso frio na barriga de todo mundo, tem tudo para ser um grande jogo. Viva O Clássico, pois! Assim, em MAIÚSCULAS, como deve ser. E que viva pra sempre!

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Também postada nos sites Futebolalagoano.com e FutNet
Foto: FA - ilustração

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