Recado aos alagoanos

REGATIANO, AZULINO, ALVINEGRO, ou torcedor de qualquer outro time das Alagoas, valorize o futebol da sua terra! VOCÊ TEM TIME PRA TORCER!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Será incompetência nossa?

Crônica
Ninguém me contou. Vi, na bucha. Vivi e, imaginava, corri o risco, em carne e osso. Tava no Rio de Janeiro durante a semana do carnaval. Como amante do futebol, não podia deixar passar a oportunidade de ir ao Maracanã, pois que coincidiu minha estadia com as semifinais do campeonato carioca. Então, como não torço por nenhum outro time além do Galo da Pajuçara (graças a Deus há muito me livrei dessa roubada), assistir a um clássico seria uma boa pedida, tanto para ver o jogo, em si, como o espetáculo das grandes torcidas. Assim, embora tendo chegado no sábado/21, foi de logo descartado o Flamengo x Resende, restando Fluminense x Botafogo.

E o que vi e vivi? E o que tem isto a ver com o nosso futebol alagoano? Pior: com o título da crônica? Respondo com duas manifestações de surpresa (uma) e quase-surpresa (outra). As bandeiras, de ambas as torcidas, tinham livre acesso ao estádio e podiam tremular e ser agitadas com total liberdade por seus condutores, enfiadas sob pedaços de bambu, paus, ou seja lá o que mais. Igualzinho como antigamente se podia ver (ou fazer) no Trapichão, lembram torcedores alagoanos? Essa é a quase-surpresa, já que já tinha observado esse fenômeno (para nós, entretanto, sumariamente proibido) pela tv.

A surpresa, mesmo, foi no final do jogo, quando tive que andar dezenas de metros circundando o Maracanã em direção ao metrô, entre torcedores tricolores e alvinegros! Vários e vários misturados, sem que houvesse a mais mínima confusão, o menor desconforto, a mais leve desavença. No trem, a mesma coisa. Perguntava-me se ali era o violento Rio de Janeiro, mesmo; se eu estava em plenas cercanias do Maracanã, entre milhares de pacíficos e civilizados torcedores rivais. Era, sim. Estava, sim. Depois, conversando com alguns nativos, disseram-me que se fosse jogo do Flamengo ou do Vasco a coisa seria diferente. É, pode ser, pensei. Mas não deixa de impressionar o que vi e vivi.

Aí me lembrei dos nossos CRB x CSA, ASA x CRB... Lembrei que não podemos levar bandeiras enfiadas nos respectivos paus (das próprias); lembrei que às saídas, às entradas e até ao caminho dos nossos estádios a bagunça, o vandalismo, a selvageria, a babaquice, enfim, são generalizados. Uma população infinitamente menor, um público espectador muitíssimo menor do que os que vão ao estádio de lá, e, aqui, não podemos levar uma bandeira e fazê-la tremular, não podemos voltar nos nossos (precários) ônibus sem correr o risco sério de levar no mínimo uma pedrada nas fuças.

Aí, pus-me a refletir, indagando-me: Seria por incompetência de quem tem, aqui, o dever de evitar os excessos que lá não vi? Ou será que somos mais violentos ou arruaceiros do que os de lá? Esta última pergunta..., a resposta..., só rindo. Quá-quá-quá!
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Tb publicado nos sites Futebolalagoano.com e FutNet

2 comentários:

Aida disse...

Sabe Andre, lendo voce descrever a violencia na torcida alagoana me fez lembrar quando eu morava nas cercanias do estadio do Tottenham e o tamanho do policiamento que tinha quando tinha jogo no tal estadio por causa dos famosos 'hooligans'. Dava medo de sair, nao por causa da policia e sim por causa dos torcedores. Ver a policia me deixava mais segura, mas nada impedia de ser espremida num arrasatao com o unico objetivo: violencia!!!
Beijos
Aida

André Falcão de Melo disse...

Mas continuo indo, minha amiga. Aliás, já-já (15h) vou ao campo da Pajuçara assistir ao meu querido Galo.
Bjs