Recado aos alagoanos

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sexta-feira, 12 de junho de 2009

A úlitma do Lira (a pior!)

Crônica

Um mea-culpa e uma situação no tempo!

Essa crônica foi escrita na noite do dia 04, próximo passado, mas não tive tempo para postá-la no blog. É lasca, né? Tempo pra escrever, mas não pra postar (a rigor, é o mais rápido). Como para o sítio FutebolAlagoano.com, onde tenho uma coluna, é só um clique - basta enviar pra lá como anexo num emeio (emeio, assim, aportuguesado mesmo, como vi na Caros Amigos e achei massa!) -, lá o foi na manhã do dia seguinte.

É a respeito do inferno astral em que se envolveu, por sua própria culpa (diga-se), o ex-treinador do CRB, Arnaldo Lira, poucos dias antes de ele cair (também porque fez por onde). Entretanto, após uma determinada entrevista em que fazia críticas, digamos, pouco ortodoxas a parcela da imprensa esportiva alagoana, o sujeito foi de tal modo por ela bombardeado, que entendi já o era desproporcional, meio defesa corporativista, sacomé? Assim, saiu a crônica que segue e, lamentavelmente, é só agora postada. Boa leitura e minhas desculpas!


Não ia contar, não, que não sou chegado a disse-me-disse, a blá-blá-bla, a maledicências, nem a fofocas, muito menos a violência. Mas..., sacomé, a gente vê todo mundo falando, cada um que conte a sua história (sobre ele) mais cabeluda do que a outra, cada um que esbraveje com mais alarde, que demonstre mais irresignação, que salte de espada na mão (sem trocadilho) em defesa de uma nova vítima do cara, que..., finalmente, não resisti. Fazer o quê? Resisti, não, e tô aqui! Também tenho direito de contar a minha, e como existem uns sítios (nem a pau que vou dizer site) na internet (FutebolAlagoano.com e FutNet) que fizeram a besteira de acolher meus textos, lá vai! Ferrou-se, irascível ser! Também resolvi marchar nas fileiras dessa justíssima campanha por sua defenestração, pelo extermínio desse, desse, desse, arrff..., Lira.

A vítima: a cozinheira do Clube de Regatas Brasil. Pobre mulher, pobre operária, pobre artista do fogão vermelho.
O algoz (com o perdão da redundância, mas deixem-me sentir o prazer de repetir seu nefasto nome): Lira. Sim, Lira, o terrível!
O perdão: peço aos diretores do CRB, que imploraram o meu silêncio. Em vão. Não posso negar à sociedade o direito de conhecer sua (dele) maior injustiça, sua maior crueldade, sua maior indelicadeza. Seja pelo ato, em si, seja pela vítima, uma humilde cozinheira.

Foi assim. Fui ao café-da-manhã oferecido na Pajuçara na terça-feira última. É, aquele que teria sido boicotado pela imprensa — se o foi (sou desligado demais), compareceram, entretanto, vários colaboradores e conselheiros. Cheguei atrasado (umas 8:30h), acomodei-me, e fiquei por ali, jogando (sem trocadilho) conversa fora. No campo, os atletas treinavam, vigorosamente! Com eles, além de alguns membros da Comissão Técnica, ele. Sim, ele, o (arghh!!) Lira. Aproveitei para dar uma olhada na Pajuçara: tá arrumadinha demais. O clima, entre os presentes (convidados ou diretoria), melhor, impossível. O treino, apesar da presença dele, transcorria na mais absoluta normalidade. Salvo pelo notório empenho dos jogadores e, pasmem os incrédulos, até do Da Silva, do Rafinha e do Aragoney, há pouco protagonistas de desagradável, digamos, incidente, na Paju. Soube que antes da chegada dele (é, do Lira; é que não gosto de ficar citando seu nome) também houve uns episódios desagradáveis com os dois primeiros (vê, só! E eu nem sabia, óia! Pensava que tinha sido a partir da chegada do desbocado treinador).

Pois bem, tirando a corrida do Da Silva em volta do campo após o treino, reinava a paz na Pajuçara. Ah! A propósito, susto da pega vê-lo correndo numa disposição só! Não fosse o cabelo amarelo, diria que estava ainda dormindo; mas me belisquei, vi que estava acordado, e constatei o tom dos cabelos do, segundo soube, 4kg mais magro meia-armador. Até que foi servido o café. E que café, meus amigos! Hummm..., só de lembrar, tô salivando. Escrevendo e salivando. Uns 6 tipos de fruta (belas e suculentas), macaxeira (molinha, molinha), charque, salsicha, queijo muçarela (estranhe, não: é com “ç”), presunto, 2 tipos de bolo, bolacha, biscoito, sucos e, claro, café com leite. Ufa! Acho que só. Só? Cafezão, rapá!

Sentei-me em uma das mesas. Conversava, comia, conversava, comia. Repeti uma vez. Voltei a conversar e a comer. Continuo salivando, danou-se! Foi quando, já encerrada a aprazível tarefa, vinda da cozinha, aos prantos, a nossa vítima (digo, a vítima “dele”): a querida cozinheira. Chorava, soluçava, inconformada, inconsolável. Foi um custo fazê-la acalmar-se, até para que se pudesse entender o que finalmente ocorrera. Após uns dois tradicionais copos de água com açúcar, e algumas palavras de conforto, eis que ela conseguiu, no meio de todo aquele sofrimento, balbuciar: e-e-e-ele na-na-não ve-ve-io to-to-to-tomar (quase que não saíam as palavras de seus lábios trêmulos) — respirou fundo e disse de uma só suspirada, quase gritando, e quase com raiva — o café-da-manhã!!! Ora, claro que na hora não entendi “quem” não fora prestigiar o bendito café-da-manhã, preparado com tanto capricho e amor pela cândida e dedicada funcionária. Quem, afinal, teria sido capaz de tamanha indelicadeza, se é que poderia existir um sujeito assim na face da terra, o que dirá na Pajuçara. “Quem, pobre senhora?”, perguntaram todos os presentes, quase que numa só voz. “Quem fez-lhe isto?”, indaguei-lhe, com o coração aos sobressaltos. “Ele”, respondeu. “Ele”, repetiu, apontando seu dedo fino, longo e acusador na direção do campo onde ainda treinavam os jogadores. “O Seu Lira”, esclareceu, para que não remanescessem dúvidas da autoria do quase-crime que desafortunadamente testemunhei.

O silêncio foi geral. A dor em cada semblante era indisfarçável. Um misto de raiva e de pesar abateu-se sobre a Pajuçara, ao menos sobre todos nós, antes tão felizes. Isto mesmo — caros e, certamente, consternados e revoltados leitores, tal como eu ainda me encontro —, lá no campo, trabalhando incansável e freneticamente com os atletas do CRB, em pleno treino (pasmem!), o treinador Lira. O café-da-manhã fora posto, e enquanto nos deliciávamos com seus quitutes, e enquanto os jogadores treinavam no campo, o cruel e insensível treinador lá permaneceu: treinando-os, trabalhando. Dá pra acreditar em tamanha vileza?
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Também publicado no sítio Futebolalagoano.com

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