Recado aos alagoanos

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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Sem medo de ser feliz

Crônica
Analise-se os fatos com realismo. Dificuldade não é sinônimo de impossibilidade. No máximo, de modesta probabilidade de ser vencida. Mas esta é sempre relativa e, outrossim, mutável. Enquanto algo for possível, existe, necessariamente, alguma probabilidade de obtê-lo. E se a tarefa do CRB é matematicamente difícil — e o é, o que a torna, em tese, com poucas probabilidades de ser realizada —, é também, inobstante, concretamente possível. Ainda. Veja-se:

O CRB acaba de vencer, pela primeira vez fora de casa, o respeitado São Caetano (4 x 2), que hoje se encontra no meio da tabela, com o dobro dos seus pontos. Venceu e convenceu. Foi, talvez, sua melhor partida, considerando-se seu próprio desempenho técnico, postura, equilíbrio emocional, além das próprias qualidades do time adversário.

De outra parte, o CRB vem em lenta, mas nítida, evolução, a meu ver a partir do jogo contra o Bahia, ainda no 1º turno. Parece, finalmente, estar encontrando sua melhor formação. Restam-lhe, ainda, 17 partidas a serem disputadas (51 pontos), nas quais teria, em tese, de obter mais 10 vitórias (ou 30 pontos) — desconsiderando-se os eventuais empates — para ver-se livre do rebaixamento, já que o time, hoje, tem 15 pontos.

Ora, formos pensar que o CRB sofreu 13 derrotas no 1º turno, e entendermos que a tendência, pelo que vem apresentando, é de manter esse pífio desempenho, motivos haverá para pessimismo. Mas 10 vitórias em 17 jogos, para um time que vem evoluindo — ou 11 vitórias em 18, tendo uma delas já sido alcançada, exatamente contra o São Caetano —, está longe de traduzir-se tarefa impossível. Daí porque, e outrossim, aquela última vitória altera muita coisa para o CRB, a despeito de não lhe ter tirado a lanterna da mão. Afinal, se é para considerar significativa apenas a mudança que o deixará livre do rebaixamento, então nada será suficiente, já que não existe atalho para lá chegar. É uma por vez.

De outra parte, formos dar uma olhadela em 2006, veremos que o Galo obteve 4 vitórias e sofreu 12 derrotas no 2º turno da Série B daquele ano. Estava em franca involução, já que fizera um muito bom 1º turno. Ora, 12 derrotas representam uma derrota a menos do que as que sofreu no 1º turno desta temporada; 4 vitórias, representa uma a mais. Portanto, se involuindo sofreu 12 derrotas, e mesmo assim se manteve na Série B/2006, em evolução (na Série B/2008) suas 13 derrotas no 1º turno deste ano não significam, necessariamente, rebaixamento. Ao contrário, se o time vir melhorando (ou consolidando) o seu desempenho nos jogos seguintes, como vem fazendo nos últimos até aqui, não será nenhum absurdo a obtenção das (10) vitórias que lhe faltam.

Resta um turno quase inteiro. E nele, recentemente iniciado, perdeu (honrosamente) apenas para o time que destoa, positivamente, dos demais. O segundo, venceu (e convenceu). Fora de casa. Pela primeira vez. Assim, postos os pés firmemente no chão, tenho que a descrença tão precoce, sendo-se torcedor, traduz medo de ser feliz; e, não o sendo, defender-se que o rebaixamento está sacramentado é vender desilusão. Os números que, sob determinado ângulo, estão para alguns a condená-lo precocemente ao rebaixamento são os mesmos que poderão vir a salvá-lo. Depende só do CRB. E ele vem mostrando que quer. É preciso continuar acreditando, pois.
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Também postada no site FutebolAlagoano.com

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