Recado aos alagoanos

REGATIANO, AZULINO, ALVINEGRO, ou torcedor de qualquer outro time das Alagoas, valorize o futebol da sua terra! VOCÊ TEM TIME PRA TORCER!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Por isto que o futebol é como é

Crônica
Veja-se o caso do CSA. Até ontem, quase não se falava em outra coisa na imprensa que não no seu iminente rebaixamento. O fantasma do rebaixamento vivido há poucos anos, e o desespero para não vir a novamente experimentá-lo, revivido em 2007 (ou foi 2006? Oh, memória!), voltou a atormentar o quase centenário clube.

Nessa seara, ouviram-se manifestações que transitaram entre desde as mais sóbrias até as mais estapafúrdias. Das primeiras, é exemplo a do dirigente Raimundo Tavares, que demonstrou sequer cogitar da hipótese de tentar manter o seu clube na 1ª divisão via dos artifícios moralmente questionáveis (para dizer o mínimo) antigamente utilizados no Brasil — crê-se que só antigamente, mesmo —, o que é um alento, em meio a tantos absurdos que se testemunha nesse nosso futebol alagoano. Das segundas, infelizmente o exemplo foi protagonizado pelo seu Presidente “Rainha da Inglaterra”, o outrora prestigiado Abel Duarte, que não bastasse o inferno astral em que se colocou e se mantém — o mais recente dissabor foi ter tido há poucos dias a sua autoridade negada, em público, por um funcionário (jogador) do clube —, deixou ventilar, em matéria que li em O Jornal, edição de terça-feira última, que, se não restassem outras alternativas, esse poderia ser um caminho a ser seguido, na esteira do dirigente Capelense, José Cláudio, que com espantosa, digamos, naturalidade, consegue encher a boca para defender, agora, porque às portas do rebaixamento, a asséptica tentativa de anular o campeonato cujas regras foram pelos próprios acolhidas.

Hoje, entretanto, com a vitória apertada, suada e desesperada obtida frente ao bom time do CSE, acendeu-se uma luz no fim do túnel e todos respiraram mais aliviados, a despeito de ainda na malfadada e indesejada zona de rebaixamento (mas só a um ponto do adversário imediatamente melhor colocado que ele). Fico a imaginar o alívio que não foi, para seus torcedores e dirigentes, o golzinho salvador aos 45 minutos do segundo tempo. E como não o será, para eles, a emoção, caso logrem espantar definitivamente o malfadado fantasma. Nesse ponto (imaginar) não me é nada difícil. Afinal, como comemorei, ruidosa e alegremente, a permanência do Galo na Série B em 2005 e 2006. É de comemorar-se, mesmo!

Falando em CRB, o gol no finalzinho do jogo, que trouxe um pouco de alívio ao CSA, para livrá-lo do rebaixamento, foi “o mesmo” (pois que também no final da disputa, esta contra o bom Corinthians Alagoano) que diminuiu as chances de classificação do Galo, pois que por ele sofrido. A disputa está cada vez mais acirrada no forte e equilibrado Grupo B. Um deslize e o prejuízo é enorme. Daqui pra frente, poderá ser irreparável. Mas as chances estão aí, ainda para serem aproveitadas pelo clube da Pajuçara, que mantém-se organizado e vivo, com seu time modesto mas, na sua realidade, inegavelmente competente.

O fato é que basta um jogo para, com seu resultado — previsível ou, principalmente, imprevisível(!) —, mudar de alguma maneira o clima nos clubes, suas chances, seu presente, seu futuro. Por isto (e por muitas outras coisas) é que o futebol é como é: apaixonante.
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Escrita em 18/04/2009
Tb postada no site Futebolalagoano.com

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