Recado aos alagoanos

REGATIANO, AZULINO, ALVINEGRO, ou torcedor de qualquer outro time das Alagoas, valorize o futebol da sua terra! VOCÊ TEM TIME PRA TORCER!

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Impressões de uma paixão

Crônica

Ufa! Chegou! Ou está chegando. É que na véspera já dá pra gente sentir tudo que se sente no dia, apenas com poucas diferenças. Na véspera há menos ansiedade e alegria, mas já os há. A diferença, como acima deixo antever, é que no dia — às vésperas, agora, da hora do jogo — é tudo com mais intensidade: maior a ânsia, maior a alegria. Sua mente e seu corpo passam a estar naturalmente voltados para o momento de revê-lo e de conviver com ele naqueles cerca de 90 minutos que se seguirão. Para sorrir ou para chorar. Para viver! Deixar — forma de expressão, já que independe de nossa vontade — que a emoção entre em cada espaço de nosso corpo e de nossa alma, e nos leve por aquela viagem prenhe de sensações arrebatadoras: tensão, euforia, dor, ou êxtase, ou de tudo um pouco, ou um tanto, que só um torcedor apaixonado por seu clube do coração — a redundância é proposital — consegue sentir.

O fenômeno é facilmente perceptível, bastando que você dedique alguns poucos segundos a se observar. O pensamento, por exemplo, fica quase todo voltado para o momento do encontro. Lembra (um pouco!) a espera da chegada da hora de encontrar a mulher (ou o homem, seja você leitora, ou quem quer que seja, goste você do que quiser gostar) por quem se está apaixonado. É que é paixão, caro leitor. E paixão, ora... é paixão. Às vezes diminui o apetite — alguns nem conseguem comer — , e que não inventem nada para você fazer que exija muito de si: o resultado certamente não será bom (ou o melhor). O batimento cardíaco, por sua vez, fica mais acelerado, e as visitas ao banheiro, mais constantes, sintomas que se tornam mais perceptíveis, naturalmente, à medida em que a grande hora se aproxima.

Mas eu dizia, com satisfação, que finalmente havia chegado o dia. Refiro-me à véspera, momento em que escrevo. É que, como já explicitado, as horas, na véspera do dia, são muito semelhantes àquelas que antecedem o momento em que vai ser iniciado o espetáculo, no dia. E isto foi a primeira coisa em que pensei, hoje, ao acordar.

Por outro lado, ontem, e também no sábado, patente o vazio sentido. Principalmente no sábado, que já se tornou quase costumeiro, aqui, no Trapichão, ou fora — pessoalmente, ou pela TV, ou pelo rádio — encontrá-lo. Impressiona perceber a falta que faz “encontrar” o querido Galo de Campina. Impressiona constatar como as semanas sem o CRB não são, realmente, as mesmas de quando ele se faz presente.

Isto me faz pensar em como deve ser valorizada, sempre!, a participação ininterrupta do Regatas no Campeonato Brasileiro da Série “B”. Isto explica o porquê de tanta alegria e tanto orgulho pela vitória por permanecer nesse certame nos três últimos e sofridos anos (2004, 2005 e 2006). É pra sentir alegria, sim! É para orgulhar-se, também! Afinal, como seria não ter o Galo, semanalmente, durante todo o ano esportivo? Como seria não desfrutar dos momentos maravilhosos que ele nos proporciona?

O CRB, frente a diversos times do sul-sudeste do país, é um clube econômica e financeiramente pobre. Outro dia ouvi alguém, torcedor de um do sudeste do país, dono de muitos títulos e riquezas, externar sua felicidade, julgando-se privilegiado por isto. Sem dúvida, seus feitos eram dignos de admiração: campeonato mundial, brasileiro, e por aí ia. Mas jamais trocaria o meu Clube de Regatas Brasil por ele. E tenho a plena convicção de que as alegrias que já senti, pelo e com o Galo, não são menores do que as experimentadas por aquele torcedor. Por isto, quando o assunto é amor por um clube de futebol, tema desta crônica, nem um, nem um só que seja!, esteja onde estiver, seja de onde for, é mais rico do que o Galo.
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Escrito em 12/11/2007 (segunda-feira)
Também publicado no sítio
futebolalagoano.com

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