Recado aos alagoanos

REGATIANO, AZULINO, ALVINEGRO, ou torcedor de qualquer outro time das Alagoas, valorize o futebol da sua terra! VOCÊ TEM TIME PRA TORCER!

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Permanência se comemora?

Crônica
Já ouvi dizer que é pensar pequeno. Contentar-se com merreca. Que não se concebe festejos para comemorar-se apenas o direito à permanência no certame no próximo ano. Que não tem sentido um clube estar na 2ª Divisão do Campeonato Brasileiro há 14 anos completos, nunca ter disputado o título, nunca ter conquistado o direito a disputar a 1ª Divisão, e ainda assim comemorar.

Mais! Pela veemência com que são defendidos esses argumentos, dá pra se entender, até, que haveria motivo, isto sim, e a rodo, é para sentir-se triste! Perguntei, a mim mesmo: será que sofro dessa pequenez sobre que teorizam os que assim alardeiam? Será que estou sendo cego, já que a paixão promove esse fenômeno e sou um apaixonado torcedor?

É uma peste! Acho que sofro, sim, dessa síndrome provinciana! Pois num é que após tão abalizados e sensatos argumentos continuo com o mesmo espírito de comemoração pela conquista (para mim continua sendo uma baita conquista!) alcançada? Pura verdade! Continuo entendendo de modo diferente. Assim, considero que o Regatas, pela sua história no Campeonato Brasileiro da Série “B”, é, na verdade, um orgulho para minhas Alagoas. Veja-se:
O CRB, e o Ceará, são os únicos clubes que não desceram à divisão inferior do brasileirão, em 14 anos de existência. Nesse largo período, vários clubes, mais ricos e estruturados do que o Galo, aterrissaram, de mala e cuia, na Série “C”. Puxando pela memória, e com a ressalva de algum engano, lembro-me do poderoso Fluminense carioca, dos fortes Náutico, Santa Cruz (acaba de cair), Fortaleza, Guarani de Campinas/SP (que já foi campeão brasileiro), Vila Nova, Paysandu, Remo, Vitória da Bahia, o próprio Bahia (este, ainda lá), entre outros. E a queda à “C” foi uma tragédia para essas agremiações, como seria para o CRB. Epa! Um minuto: toc-toc-toc (na madeira) e um sinal da cruz. Pronto.

Como eu dizia, esse feito do Galo proporcionou, como proporciona, inúmeras alegrias, vitórias memoráveis, emoções indescritíveis, sendo a principal delas poder encontrá-lo durante todo o ano. A gente tem a oportunidade de viver esse amor durante todo, todo o ano! É pouca coisa, não!

Por outro lado, é o único clube alagoano a vir realizando essa proeza (daí eu ter dito que era um orgulho deste Estado) — sem, claro, desmerecer qualquer outro que certamente tem, também, muito do que se orgulhar. Mas falo de hoje. E de campeonato nacional. Logo, nestes últimos 14 anos, ao falar-se do futebol de Alagoas, sob o enfoque da participação em competição nacional, fala-se quase exclusivamente de CRB.

Finalmente — porque a crônica já tá longa demais —, terminasse hoje o campeonato, o CRB seria um dos 30 melhores times do Brasil, já que das duas competições principais, a 1ª e a 2ª Divisões, participam apenas 40 agremiações, e ele ocupa a 30ª posição.

Pois é..., enxergo motivos muitos para se comemorar a “permanência”. Talvez porque, pela paixão, não esteja vendo coisa nenhuma. Mas penso que vejo, o que dá no mesmo. O fato é que quero ir à Série “A”. Mas já que não foi possível, dou muito valor à conquista de não ter descido à “C”.

E vou confessar: comemorei muito, sábado. Tá bem! Domingo também fui ao aeroporto. Buzinando pela cidade. Feliz da vida! Pior: sábado estarei no Trapichão, comemorando antes, durante e depois. Até umas horas... Haverá tratamento para essa “pequenez”? Se houver, quero continuar “doente”. ‘Brigado, Galo!
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Tb publicada no site futebolalagoano.com

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