Recado aos alagoanos

REGATIANO, AZULINO, ALVINEGRO, ou torcedor de qualquer outro time das Alagoas, valorize o futebol da sua terra! VOCÊ TEM TIME PRA TORCER!

domingo, 11 de novembro de 2007

Tripanossomos

Bem feito pra mim. Tinha nada que sair elogiando. Menos ainda com o destaque dado. Quem mandou? Ôxe! Fim das contas, sequei o cara!

Tudo porque, passado o jogo em que o Galo vencera o Coritiba, líder da competição, ainda entusiasmado com o ótimo desempenho do time fui inventar de descobrir qual a razão para aquela recuperação admirável. Pior! Em vez de ficar quieto no meu canto, externei o que houvera concluído: que o técnico havia sido o responsável pela virada de mesa, pela expulsão da urucubaca, pela recuperação motivacional do grupo. Pior: externei publicamente essa opinião! Aí já foi demais. Sequei o cara!

Resultado: sumiram toda a ousadia e coragem atribuídas ao técnico do Regatas — ou “professor”, como muitos referem-se a esses indispensáveis profissionais. Tudo bem, pode ser que os jogadores tenham todos desobedecido às suas orientações, realizadas no sentido oposto. Mas é difícil crer. Afinal, como achar que aquele desempenho sonolento que se viu no 1° tempo e parte do 2° não teve o dedo — melhor, a mão — do técnico, quando se sabe que optou por escalar três volantes? Pior: no intervalo do 1° tempo, ouviu-o, claramente, reclamar da pífia atuação do time! Contraditoriamente, entretanto, voltou com a mesma escalação e esquema desastrosos!

Foi terrível! O time que vi jogar até as primeiras — e finalmente acertadas! — alterações (precisou levar um gol para acordar, registre-se!), iniciadas com o ingresso do ótimo Sidney, lembrou outro, de triste memória, que sempre “caía de 4”. Quem não lembra, e quem não gostaria de esquecer? As nossas sortes são que o outro time finaliza tão ruim — ou pior — do que o nosso, e que o goleiro Musse fez jus ao único ato de coragem do “professor”, ao mantê-lo no grupo: fechou o gol.

Aliás, essa história de jogar acanhado porque na casa do adversário, Deus do céu, parece um dogma! Não é só o técnico do Galo, não! Basta ver o Coritiba, que aqui chegou (felizmente) com tanto respeito que não jogou nada! O mesmo se diga do nosso sonolento alvirrubro. Aliás, quanto a este é pra frisar e alardear: não sabe jogar na retranca! Definitivamente, não sabe! Os bons jogos do CRB são sempre partindo para o ataque! Basta que se rememore. Não é difícil. Então por que insistir com essa história de jogar retrancado só porque é na casa do adversário?

Pois é, mas como eu dizia no início da crônica, fui elogiar, deu no que deu. Por isto, penitencio-me: a culpa foi minha. Sequei o “professor”.

Resta-me, porém, uma esperança última de expiação da culpa que me corrói a consciência e obsta-me o descanso tranqüilo: é a notícia, que penso ter ouvido (será que foi um pesadelo?), de que centenas de moscas-tsé-tsé, vindas da África (ou de lá propositadamente trazidas!), teriam chegado ao cerrado brasileiro, na véspera do embate com o Brasiliense, e se instalado no hotel onde pernoitaram os jogadores do Regatas. Como se sabe, essas hematófagas são vetores de tripanossomos causadores da doença do sono.

Assim...

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Escrita em outubro/2007
Publicada no site futebolalagoano.com

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